Uma equipe internacional de astrônomos detectou, pela primeira vez, a ocorrência de um evento conhecido como “interrupção de maré” fora do centro de uma galáxia. Esse fenômeno é caracterizado pelo processo de destruição de uma estrela a partir da ação da gravidade de um buraco negro. A descoberta rendeu a publicação de um artigo na segunda-feira (13) na revista científica The Astrophysical Journal Letters.
Nomeado “AT 2024tvd”, o despedaçamento surpreendeu os cientistas por apresentar a emissão de ondas de rádio de evolução mais rápida já registrada em um evento desse tipo. “Foi algo realmente extraordinário, capaz de até mesmo mudar a forma como pensamos sobre buracos negros e seu comportamento”, afirma Itai Sfaradi, pesquisador da Universidade Hebraica de Jerusalém e coautor do estudo, em comunicado.
Um buraco negro longe de casa
Normalmente, eventos de perturbação de maré ocorrem próximos aos centros de galáxias, onde se concentram os buracos negros supermassivos. Desta vez, no entanto, o corpo celeste estava localizado a cerca de 2.600 anos-luz do centro de sua galáxia hospedeira — uma distância surpreendente, que indica que esses objetos podem existir em regiões inesperadas do cosmos.
Sua detecção foi possível graças à colaboração entre diversos observatórios de rádio de ponta. Dentre eles, o Very Large Array (VLA), o Atacama Large Millimeter Array (ALMA), o Allen Telescope Array (ATA), o Submillimeter Array (SMA) e o Arcminute Microkelvin Imager Large Array (AMI-LA).
As observações conduzidas por uma equipe de pesquisadores da Universidade Hebraica, em parceria com a Universidade da Califórnia em Berkeley, foram cruciais para rastrear a evolução excepcionalmente rápida da emissão de rádio. Vale destacar que essa foi uma das principais pistas para decifrar o evento.
Os dados revelaram duas erupções distintas de rádio que evoluíram mais rapidamente do que qualquer outro evento de interrupção de maré já observado. Segundo as modelagens, os fluxos de material foram lançados meses após a destruição da estrela, sugerindo que o buraco negro passou por múltiplas fases de atividade, com ejeções separadas por longos intervalos.
Tal descoberta não apenas amplia o entendimento sobre o comportamento de buracos negros supermassivos, mas também desafia as teorias atuais sobre onde esses objetos podem se esconder — e como podem “despertar” de forma imprevisível após longos períodos de silêncio cósmico.

há 1 semana
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