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Um incidente no Zoológico Audubon, no estado americano de Nova Orleans, pode ter evidenciado uma característica ainda pouco estudada dos lagartos da espécieTiliqua rugosa, répteis australianos que habitam regiões áridas.
Pesquisadores das universidades de Macquarie e Charles Darwin, na Austrália, concluíram que eles podem ter evoluído para reconhecer sinais químicos de fogo, e orientar seus instintos de sobrevivência à queimadas a partir do olfato, e não da audição.
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A história começou quando uma nuvem de fumaça entrou no recinto dos animais do zoológico. Apenas os lagartos da espécie australiana tiveram reações de tensão e fuga, enquanto outros répteis no mesmo local não reagiram de forma parecida. O caso levantou teorias sobre o que poderia ter despertado a atenção dos lagartos.
Cheiro de algo queimando…
O estudo, publicado em setembro na revista científica Biology Letters, trabalhou com dez fêmeas de Tiliqua rugosa expostas a pequenas rajadas de fumaça e vapor de água, assim como a estímulos auditivos associados a incêndios. Resultados dos experimentos mostraram que os lagartos fugiram ou se movimentaram significativamente diante da fumaça, mas pouco reagiram aos outros estímulos – químicos e sonoros.
Apesar de a espécie ter sido exposta ao fogo ao longo da sua história evolutiva, os animais selvagens testados nunca presenciaram um incêndio florestal, já que o local que habitavam não registrava incêndios há mais de 50 anos. Isso sugeriu que as reações intensas têm origem em uma adaptação inata, que depende de sinais químicos para a detecção de incêndios.
A reação intensa dos sleepy lizards é notável dado o movimento lento e tranquilo desses animais, o que, de acordo com os pesquisadore, pode ter originado seu nome de “lagarto sonolento" — Foto: Robyn Jay/Wikimedia Commons Como destaca a revista Scientific American, a condição está de acordo com outros comportamentos olfativos dos lagartos, que usam desse sentido para reconhecer parceiros, buscar alimento e identificar predadores.
“A fumaça também tende a viajar à frente das chamas e a se destacar do ruído de fundo, tornando o olfato um alerta precoce mais confiável do que o som em ambientes abertos, ventosos e barulhentos”, explica Chris Jolly, autor do estudo, em entrevista à Scientific American.
Alarmes de incêndio naturais
Os lagartos australianos não parecem ser os únicos especialistas em identificação de incêndios que se tem notícia. Um dragão-barbudo – lagarto do gênero Pogona – salvou seu dono de um incêndio doméstico no estado de Washington. O réptil detectou a fumaça de um incêndio dentro da casa e foi capaz de acordar Donald Hale, que estava em sono profundo, antes que o fogo se espalhasse.
Mesmo com essas demonstrações das habilidades dos lagartos em lidar com incêndios, estudos mais aprofundados devem ser feitos para o descarte de outras hipóteses, como uma aversão geral às toxinas da fumaça.
Para os autores do estudo, à medida que mudanças climáticas aumentam em frequência e intensidade, estudar a capacidade desses animais de perceber e reagir ao fogo será essencial para prever riscos futuros associados a incêndios florestais que são cada vez mais frequentes.

há 12 horas
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