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Uma equipe de pesquisadores conseguiu, de forma inédita, registrar os habitats e atividades de tartarugas-marinhas-australianas (Natator depressus) no noroeste da Austrália. Utilizando equipamentos como sensores de movimento, GPS e câmeras de vídeo, eles identificaram os diferentes ambientes de alimentação e descanso desses animais que vivem próximos à cidade australiana de Broome.
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Tartarugas-marinhas-australianas fazem parte de um grupo endêmico de águas rasas, de modo que conhecer a rotina desses répteis é importante no desenvolvimento de novas ações de conservação. Pensando nisso, cientistas da Universidade Murdoch, com o apoio do governo australiano, estudam tartarugas na Baía de Roebuck há mais de oito anos.
De águas rasas a profundas
Com o auxílio de ferramentas de ponta e da análise de dados feita em parceria com o Departamento de Biodiversidade, Conservação e Atrações (DBCA) da Austrália Ocidental, os cientistas observaram que as tartarugas marinhas da Baía de Roebuck têm maior chance de se alimentar em águas rasas e próximas das costas, enquanto momentos de descanso ocorrem principalmente em águas mais profundas.
“Ao identificar os locais e as condições ambientais exatas (como marés, correntes e profundidade) que as tartarugas marinhas preferem para diferentes atividades subaquáticas, podemos oferecer uma proteção mais inteligente e direcionada ao habitat”, explica Jenna Hounslow, principal autora do estudo, em comunicado do DBCA.
Ainda que a maior parte dos habitats adequados para a alimentação e o descanso dessas tartarugas já esteja sob território protegido do Parque Marinho Yawuru Nagulagun da Baía Roebuck, uma compreensão mais detalhada poderá contribuir para uma melhor organização de projetos de conservação envolvendo instituições públicas e privadas da Austrália.
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“Compreender como e por que as tartarugas usam diferentes partes de seu habitat ao longo do ano é fundamental para o planejamento da conservação e a gestão dinâmica do habitat e das zonas de uso sobreposto, como parques marinhos e zonas comerciais”, diz Sabrina Fossette, uma das autoras do estudo.
Ao site ABC News, Fossette descreve os rastreadores das tartarugas como “etiquetas sofisticadas”. Ela destaca que o objetivo da pesquisa é informar um plano de ação de conservação e gestão personalizado com base no comportamento dessas criaturas.
"Esta é a primeira vez que um mapeamento tão detalhado da adequação do habitat é realizado para uma espécie marinha, fornecendo uma nova ferramenta para o manejo dinâmico de espécies ameaçadas", afirma o Departamento de Biodiversidade, Conservação e Atrações.