Tumba romana de 2 mil anos estava embaixo de praça de mercado na Inglaterra

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Sob o chão da praça de um mercado de Leicester, na Inglaterra, arqueólogos ingleses descobriram uma verdadeira coletânea de vestígios de atividade humana que remontam a diferentes épocas da história. Os achados vão desde o sepultamento de um bebê romano de 2 mil anos até fundações de edifícios que datam do século 15.

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Pesquisadores do Serviço Arqueológico da Universidade de Leicester (ULAS) estão fazendo escavações na área do Mercado de Leicester desde julho, após a prefeitura iniciar obras de renovação. Pelo fato de o local ser um ponto de comércio e convivência há séculos, muitos artefatos e ruínas estão sendo descobertos agora.

Dos romanos aos reis ingleses

Os sítios mais antigos da escavação remontam ao domínio do Império Romano sobre a cidade, iniciado após a invasão dos romanos à Grã Bretanha em 43 d.C. Foram encontradas ruínas de dois edifícios do período, junto a artefatos como cerâmicas, moedas, joias e tesselas – pecinhas que são usadas para criar mosaicos.

“O [edifício] mais antigo era uma estrutura de madeira, sob a qual encontramos o sepultamento de um bebê, colocado ali há cerca de 1.900 anos. Essa descoberta comovente oferece um vislumbre das vidas – e das mortes – dos habitantes romanos de Leicester”, disse Gavin Speed, líder da escavação, em entrevista à BBC Leicester.

Entre outras descobertas surpreendentes, estão os vestígios de um mercado medieval: ele tem as estruturas remanescentes um poço e um grande prédio construído em pedra espessa, que conta com as ruínas de uma masmorra.

Acredita-se que esse prédio seja o Gainsborough Chamber, um edifício cívico de alto status social que servia como prisão, tribunal e até gabinete do prefeito de Leicester. Segundo comunicado do ULAS de 23 de setembro, ele foi pela primeira vez descrito em 1533 e demolido por volta do ano de 1748. Sua masmorra adjacente já foi descrita por um servo durante o reinado de Maria I da Inglaterra como “uma prisão das mais vis”.

“Fatia de bolo arqueológico”

 Speller Metcalfe/Universidade de Leicester Escavações arqueológicas podem revelar restos de artefatos, ossos e dados ambientais reveladores do estilo de vida de populações do passado — Foto: Speller Metcalfe/Universidade de Leicester

Além dos achados do mercado, os arqueólogos removeram camadas espessas de solo que antecedem o período medieval e sucedem a era romana da cidade. Elas são datadas da era anglo-saxã – entre os séculos 5 e 11 –, período ainda pouco compreendido da história de Leicester, segundo Speed.

Ele explica que a análise de amostras do solo podem ajudar a compreender melhor se e como as pessoas da época continuaram a viver entre as ruínas da antiga cidade romana.

“É como olhar para uma fatia de bolo arqueológico: podemos ver várias superfícies do mercado, cada uma representando uma geração diferente e cerca de 800 anos de atividade comercial”, afirma o arqueólogo.

A ULAS permanecerá trabalhando em escavações nas obras de renovação da praça, que têm previsão de serem terminadas até o fim de 2026, segundo o prefeito Peter Soulsby descreve no comunicado.

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