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Os títulos soberanos da Argentina subiram nesta quarta-feira (15) após veículos de mídia reportarem que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, detalhou uma ajuda financeira que totalizaria US$ 40 bilhões ao governo de Javier Milei, o dobro da promessa anterior.
Bessent está trabalhando em uma linha de crédito separada de US$ 20 bilhões do setor privado, que complementaria uma linha de swap cambial do governo de valor semelhante, informou o Semafor. Enquanto isso, a Axios reportou que Bessent disse a repórteres que o Tesouro comprou pesos argentinos novamente no mercado à vista na quarta-feira.
Notas com vencimento em 2035 subiram quase 2 centavos, negociadas acima de 59 centavos de dólar, segundo dados indicativos compilados pela Bloomberg. O peso reverteu perdas anteriores e chegou a ganhar até 0,4% nas negociações da tarde.
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A linha de crédito seria “adjacente” à linha de swap e despertou interesse de bancos e fundos soberanos, disse Bessent, segundo o Semafor.
Os comentários do secretário do Tesouro trouxeram alívio para os ativos argentinos, que vinham sofrendo desde terça-feira (14), quando o presidente Donald Trump pareceu condicionar a ajuda ao país a uma vitória do partido de Milei nas eleições de meio de mandato em 26 de outubro. Ministros de Milei insistem que ele tem apoio dos EUA até o fim do mandato, em 2027, mas Trump pouco esclareceu a questão.
“A declaração de Bessent visa resolver essa incerteza”, disse Pedro Siaba Serrate, chefe de pesquisa e estratégia da PPI Argentina. “Não descartávamos completamente novos sinais antes da eleição.”
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Ainda assim, o alívio nos mercados após os comentários de Bessent não foi unânime. As taxas de juros de curto prazo na Argentina dispararam pelo segundo dia, com a taxa overnight de recompra de pesos — conhecida como caución — saltando para um recorde de 170%, ante 115% na sessão anterior. Esse aumento tem um custo elevado para a economia.
“O aumento das taxas levou a uma contração no crédito comercial, desaceleração no crédito ao consumidor — especialmente no financiamento por cartão de crédito — e, indiretamente, a um aumento nos indicadores de inadimplência”, disse Federico Filippini, chefe de pesquisa e estratégia do AdCap Financial Group em Buenos Aires, por e-mail. “Tudo isso pesa na atividade econômica.”
Milei tentou tranquilizar os mercados em entrevista à CNBC exibida na quarta-feira, afirmando que o apoio dos EUA está garantido pelo menos até a eleição presidencial argentina de 2027. Ele também disse que o pacote de ajuda de Trump visa ajudar o país a honrar sua dívida e expressou confiança na capacidade de seu partido nas próximas eleições de meio de mandato.
“Dúvidas permanecerão sobre se esse empréstimo está condicionado ao bom desempenho de Milei nas eleições de meio de mandato”, disse Matias Montes, estrategista da EMFI. “Independentemente disso, os EUA continuam comprando pesos, o que é super positivo para o governo.”
© 2025 Bloomberg L.P.

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