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Um tratamento inédito contra câncer combina luz LED e pequenos flocos de estanho para neutralizar células tumorais, protegendo as estruturas saudáveis do corpo e evitando os efeitos colaterais dolorosos associados às terapias tipicamente utilizadas nesses casos, como a radioterapia e a quimioterapia. A descoberta surgiu de uma colaboração entre a Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e a Universidade do Porto, em Portugal.
Segundo os especialistas, o tratamento para câncer à base de luz ainda enfrenta vários obstáculos, dentre eles, os altos custos de material, a necessidade de instalações especializadas e a existência de lasers que podem danificar tecidos saudáveis. Mas a nova pesquisa pode superar essas barreiras por meio do emprego da tecnologia LED e nanoflocos SnOx.
“Nosso objetivo era criar um tratamento que não fosse apenas eficaz, mas também seguro e acessível”, explica a engenheira Jean Anne Incorvia, uma das líderes do projeto, em comunicado compartilhado na quinta-feira (9). Em artigo publicado em setembro na revista ACS Nano, notou-se que o tratamento obteve eficácia notável na neutralização de células de câncer colorretal e de pele.
Em apenas 30 minutos de exposição, estima-se que o tratamento tenha eliminado até 92% do total de células de câncer de pele e 50% das células de câncer colorretal. Isso foi feito sem efeitos nocivos às células saudáveis da pele humana, demonstrando a segurança e a seletividade dessa abordagem.
O câncer é a segunda principal causa de morte em todo o mundo, sendo responsável por cerca de 9,6 milhões de falecimentos todos os anos, aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar disso, a busca por formas de tratamento menos danosas ao paciente continua desafiadora.
Pesquisadores seguem investigando opções alternativas à quimioterapia e à radioterapia, e uma das mais promissoras é a terapia fototérmica no infravermelho próximo. Este tratamento é a espinha dorsal da nova pesquisa desenvolvida entre os Estados Unidos e Portugal, e utiliza luz para aquecer seletivamente células cancerígenas até o ponto em que elas morrem.
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Dessa forma, comprovada a sua eficácia nos casos de câncer de pele e colorretal, a equipe planeja aprender mais sobre a reação de luz e calor e explorar outros possíveis materiais catalisadores. Além disso, os especialistas ainda pretendem desenvolver dispositivos para levar a tecnologia a médicos e pacientes.
“Nosso objetivo final é disponibilizar essa tecnologia a pacientes em todos os lugares, especialmente onde o acesso a equipamentos especializados é limitado, com menos efeitos colaterais e menor custo”, aponta o engenheiro Artur Pinto, outro líder da iniciativa. “Para cânceres de pele em particular, prevemos que um dia o tratamento poderá ser transferido do hospital para a casa do paciente, com um dispositivo portátil colocado na pele após a cirurgia para irradiar e destruir quaisquer células cancerígenas remanescentes, reduzindo o risco de recorrência.”