Qual o limite máximo de esforço físico? Estudo com ultra-maratonistas estimou

há 13 horas 1
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Ao correr centenas de quilômetros durante dias a fio, ultramaratonistas atingem o limite de esforço físico, além do máximo desempenho muscular. Mas qual é, afinal, esse limite de estafa física que um humano consegue suportar?

Pesquisadores descobriram que um atleta de alto rendimento não consegue ultrapassar um gasto energético maior do que 2,5 vezes sua taxa metabólica basal (TMB). O estudo que delimita esse parâmetro foi publicado na revista científica Current Biology nesta segunda-feira (20).

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O novo estudo mostrou que o corpo gasta um limite máximo de energia (teto metabólico), mesmo em situações extremas. Ou seja: ainda que, para alguns superatletas, esse limite seja muito alto, o teto chegará em algum momento.

Algumas pesquisas anteriores sugeriram que as pessoas podiam queimar até 10 vezes sua TMB em curtos períodos de tempo, como durante uma corrida curta mas intensa, com muito esforço físico. “Todo ser vivo tem um teto metabólico, mas a questão é qual é exatamente esse número e o que o restringe”, afirma o principal autor do estudo, atleta e antropólogo, Andrew Best, em comunicado.

A ideia dos pesquisadores foi entender se isso de fato valia. “Para descobrir, perguntamos se, se conseguirmos reunir um grupo de ultra atletas realmente competitivos, eles conseguirão quebrar esse teto metabólico proposto?”, indaga.

Para fazer a pesquisa, 14 ultramaratonistas foram recrutados, entre eles, ciclistas e triatletas. Os participantes foram monitorados durante os períodos de treinamento e de competição. Para conseguir analisar o gasto energético dos atletas, eles tinham que beber água com deutério e oxigênio-18. A eliminação dessas moléculas pela urina permite que a equipe consiga calcular quantas calorias foram queimadas e a quantidade de dióxido de carbono exalada pelo atleta.

 Michael Dillon Joe McConaughey a caminho de um recorde de velocidade na Trilha do Arizona em 2021 — Foto: Michael Dillon

Durante os dias de acompanhamento da rotina dos atletas, a equipe observou que eles queimaram entre 6 a 7 vezes sua TMB, o equivalente a 7.000 a 8.000 calorias por dia. No entanto, em períodos mais duradouros, entre 30 e 52 semanas, a queima calórica foi em média 2,4 vezes sua TMB — retomando ao normal.

Segundo os pesquisadores, os resultados demonstram que até mesmo os atletas mais radicais atingem um teto metabólico e ultrapassar esse limite é algo extremamente difícil.

“Seu cérebro tem uma influência muito poderosa sobre o quanto você se inquieta, o quanto você quer se movimentar e o quanto você se sente motivado a tirar uma soneca”, ressalta Best. “Todas essas fadigas que sentimos economizam calorias”. Os pesquisadores ressaltam que os resultados foram diferentes para cada pessoa, dependendo da individualidade de cada corpo do atleta participante.

“Para a maioria de nós, nunca atingiremos esse teto metabólico”, afirma Best. “É preciso correr cerca de 17 quilômetros por dia, em média, durante um ano para atingir 2,5 vezes a TMB. A maioria das pessoas, inclusive eu, se lesionaria antes que qualquer tipo de limite energético entrasse em vigor".

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