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Emissões de gases do efeito estufa são alvo de discussão em conferências globais sobre o clima. Na COP30 em Belém, por exemplo, países estão entrando em conflito diante das metas de redução propostas na reunião, tidas como insuficientes para combater mudanças climáticas extremas.
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Mesmo que essas conferências, que reúnem uma média de 40 mil a 50 mil pessoas, gerem avanços na forma de lidar com as consequências do aquecimento global, não se deve ignorar o próprio impacto ambiental deixado por elas.
Pesquisadores do Instituto de Ciência e Tecnologia da Áustria (ISTA) decidiram investigar a pegada ambiental das práticas de pesquisa, especificamente, aquelas voltadas às viagens feitas para esses encontros.
Conferências de peso... em toneladas
Atividades de pesquisa acadêmica consomem muitos recursos para produção de materiais, realização de experimentos e construção de instalações. Porém, outros fatores, como os deslocamentos a trabalho e as viagens para conferências também entram na soma. Considerando diferentes tipos de transporte, os cientistas do estudo, publicado em 10 de novembro na revista científica Magnetic Resonance, avaliaram a pegada de carbono dessas viagens para eventos na área de ressonância magnética nuclear (RMN).
“As reuniões têm uma qualidade que as conferências on-line simplesmente não conseguem oferecer. Muitos de nós tivemos ideias brilhantes – ou pelo menos achamos que sim na época – enquanto tomávamos uma bebida com um colega depois de uma sessão de pôsteres”, diz Paul Schanda, coautor do estudo, em comunicado.
Apesar do planejamento de projetos de compensação para neutralizar emissões geradas pelas conferências, a realização de eventos internacionais implica em altos custos financeiros e ambientais locais e globais — Foto: Bruno Peres/Agência Brasil A partir de dados de viagem de participantes de dez conferências internacionais sobre RMN – que incluem EUROMAR, ENC e ICMRBS –, verificou-se que optar pelo ambiente presencial, visando experiências mais produtivas, também tem cobrado seu preço. Resultados mostraram que participar de uma conferência EUROMAR, gera, em média, o equivalente a mais de uma tonelada de dióxido de carbono.
“Para as conferências analisadas fora da Europa, o valor correspondente é, em média, cerca de 2 a 3 vezes maior, com viagens intercontinentais chegando a até 5 toneladas. (...) Viagens para conferências representam uma parte substancial da pegada climática total de um pesquisador em ressonância magnética”, descrevem os autores no estudo.
Tipo de transporte faz diferença nas emissões
Escolhas estratégicas dos locais de encontro e a possibilidade de realizar conferências descentralizadas são algumas medidas que podem influenciar na liberação de gases efeito estufa. Entretanto, o transporte utilizado tem papel importante nos níveis de emissão.
Os pesquisadores fizeram uma comparação de pegadas ambientais entre viagens de trem e de avião, considerando os custos de carbono “ocultos”. Isto é, aqueles associados à construção e manutenção da infraestrutura do transporte – trilhos, túneis e pontes para trens e aeroportos para aviões.
“Descobrimos que, embora as emissões de infraestrutura associadas a uma viagem de trem sejam cerca de três vezes maiores do que a pegada de carbono de operar o trem em si viajar de trem ainda economiza, em média, 85% das emissões de CO₂ em comparação com o mesmo trajeto feito de avião”, explica Natália Ružičková, uma das autoras do estudo.
Para os autores, os dados obtidos na pesquisa podem servir de base para decisões sobre futuras conferências para além da área de RMN, assim como auxiliar a decisão de indivíduos sobre suas participações nessas reuniões.

há 1 semana
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