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Terremotos costumam acontecer em áreas do planeta onde o encontro de placas tectônicas torna o solo naturalmente instável. Mas o que dizer de áreas consideradas “tranquilas”, longe das grandes falhas geológicas que, vez ou outra, também sentem a terra tremer?
Um novo estudo de pesquisadores da Universidade de Utrecht analisou abalos sísmicos que aconteceram em lugares como Utah (EUA), Soultz-sous-Forêts (França) e Groningen (Holanda) para buscar respostas. O resultado foi um artigo científico publicado na revista Nature Communications no último dia 15 de outubro.
Segundo os pesquisadores da Universidade de Utrecht, mesmo locais considerados tectonicamente tranquilos podem conter falhas capazes de gerar terremotos. Isso ocorre devido a um processo que se desenrola ao longo de milhões de anos por meio da acumulação gradual de tensões em falhas inativas.
“Falhas no subsolo raso geralmente são estáveis, então, não esperamos que movimentos de choque ocorram ao longo delas”, explica a geocientista Ylona van Dinther, que liderou o estudo, em comunicado. “Mas, depois de milhões de anos sem atividade, essas falhas podem acumular energia suficiente para se reativar e liberar tudo de uma vez.”
A “recuperação” das falhas
O fenômeno ocorre porque, com o tempo, falhas geológicas inativas passam por um tipo de reparação natural, um processo em que as rochas ao redor se recompõem lentamente. Essa recuperação aumenta a resistência da falha, tornando-a mais forte até que uma nova perturbação, muitas vezes causada por atividades humanas, como a extração de gás natural ou a injeção de fluidos no subsolo, rompa o equilíbrio.
Distribuição global da sismicidade natural e induzida. Terremotos naturais com magnitude de momento superior a 5 são codificados por cores de acordo com a profundidade do hipocentro (barra de cores superior direita, catálogo do Serviço Geológico dos EUA (USGS), ano de 2021). — Foto: Universidade de Utrecht/Nature Communications Quando isso acontece, a falha pode se mover de repente, liberando a energia acumulada na forma de um terremoto induzido. E como esses eventos ocorrem a poucos quilômetros de profundidade, bem mais próximos da superfície do que os terremotos naturais, o impacto tende a ser mais sentido. Além disso, essas regiões normalmente não têm histórico sísmico, o que significa que suas cidades e infraestruturas não foram projetadas para resistir a tremores.
Mas Van Dinther tranquiliza ao afirmar que esses terremotos tendem a ocorrer apenas uma vez em cada falha. "Como resultado, não há mais atividade sísmica naquele local. Isso significa que, embora o subsolo nessas áreas não se recupere imediatamente após o fim das operações humanas, a intensidade dos terremotos, incluindo a magnitude máxima esperada diminuirá gradualmente", explica. Embora o primeiro terremoto possa ser inesperado e perigoso, ele também representa uma descarga natural de energia, tornando o subsolo local mais seguro a longo prazo.
As conclusões do estudo têm grande relevância para o planejamento de projetos de energia geotérmica e armazenamento subterrâneo, que dependem de uma compreensão detalhada do comportamento das falhas geológicas. A equipe da Universidade de Utrecht já trabalha em novos modelos computacionais que podem ajudar a prever essas situações com mais precisão. Assim, garantindo o uso do subsolo ocorra de forma cada vez mais segura e sustentável.

há 4 semanas
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