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No próximo milênio, ondas de calor cada vez mais intensas e prolongadas se tornarão norma — isso mesmo se a humanidade atingir emissões líquidas zero de carbono. O alerta faz parte de uma pesquisa climática publicada no último dia 17 de novembro na revista Environmental Research: Climate.
O estudo mostrou que as ondas de calor são sistematicamente mais intensas, duradouras e frequentes quanto mais se adia o objetivo de emissões líquidas zero. A autoria é das equipes de pesquisa australianas do ARC Centre of Excellence for 21st Century Weather e CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation).
Os pesquisadores utilizaram modelagem climática e supercomputadores para compreender como as ondas de calor irão reagir nos próximos 1.000 anos, após o mundo atingir emissões líquidas zero de carbono. No período entre 2030 e 2060, eles calcularam a diferença a longo prazo nessas ondas para cada atraso de cinco anos para zerar as emissões.
Com isso, a pesquisa mostrou que, mesmo após alcançadas as emissões nulas, as ondas de calor podem ser exacerbadas pelo aquecimento a longo prazo no Oceano Antártico. Após 1000 anos, a situação ainda é impossível de retornar às condições pré-industriais. Em algumas regiões do planeta, o problema até se agravará quando o objetivo de emissões líquidas zero for atingido em 2050 ou posteriormente.
“Isso é particularmente problemático para os países mais próximos do equador, que geralmente são mais vulneráveis e onde se pode esperar uma onda de calor que quebre os recordes históricos atuais pelo menos uma vez por ano, ou com mais frequência se a meta de emissões líquidas zero for adiada para 2050 ou depois”, explica o coautor do artigo, Andrew King, da Universidade de Melbourne, na Austrália, em comunicado.
Segundo King, essas conclusões continuam exigindo, apesar dos resultados, uma ação imediata para reduzir as emissões de carbono. “O investimento em infraestrutura pública, habitação e serviços de saúde para manter as pessoas frescas e saudáveis durante o calor extremo provavelmente será bastante diferente em termos de escala, custo e recursos necessários, dependendo se a estabilização da meta de emissões líquidas zero for alcançada mais cedo ou mais tarde. Esse processo de adaptação levará séculos, não décadas”, salienta.
Por sua vez, a autora principal do estudo, Sarah Perkins-Kirkpatrick, da Universidade Nacional da Austrália, comenta que, embora os resultados sejam alarmantes, eles oferecem "uma visão vital do futuro, permitindo que medidas de adaptação eficazes e permanentes sejam planejadas e implementadas”.
“Continua sendo de vital importância que façamos progressos rápidos rumo ao objetivo de emissões líquidas zero permanentes", acrescenta. "Alcançar emissões líquidas zero globais até 2040, no máximo, será fundamental para minimizar a severidade das ondas de calor".

há 2 dias
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