Novo traje espacial com músculos artificiais facilita movimentos de astronautas

há 2 semanas 9
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Se mexer dentro de um traje espacial não é para qualquer um: a rigidez e a pressurização que existem para manter o corpo protegido tornam a movimentação dos membros um desafio cansativo.

Porém, um novo exoesqueleto robótico em desenvolvimento por pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, promete trazer soluções para astronautas quanto benefícios para pessoas com dificuldades de mobilidade aqui na Terra.

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O “exotraje”, composto principalmente por material têxtil, assemelha-se a uma vestimenta que deve ser colocada por baixo do traje espacial. Ele possui músculos artificiais que ajudam na movimentação do astronauta e reduzem a fadiga muscular ao caminhar, seja no espaço ou no solo lunar. Veja o equipamento em ação durante testes no vídeo abaixo:

Costurado manualmente, o exoesqueleto foi desenvolvido pelo VIVO Hub, grupo de pesquisa da Universidade de Bristol que usa conhecimentos de robótica e tecnologias digitais para ajudar pessoas com deficiências ou dificuldades de mobilidade.

Os músculos artificiais são formados por duas camadas: uma externa de náilon e outra interna de material termoplástico, garantindo vedação térmica. Partes projetadas para a sustentação, como o cinto e as tiras do joelho são feitos de Kevlar, uma fibra sintética leve e resistente que fornece alta resistência e durabilidade.

 Divulgação/Emanuele Pulvirenti Os avanços do projeto dos pesquisadores da Universidade de Bristol buscam tornar a nova geração de trajes espaciais mais fortes e leves — Foto: Divulgação/Emanuele Pulvirenti

Testes em solo lunar… ou quase

Para testar a eficiência da vestimenta, os pesquisadores a levaram até a Universidade de Adelaide, na Austrália, onde fica o CRATER (Covered Regolith Analogue Terrain for Experimental Research) – um ambiente de testes que simula condições da lua, inclusive a iluminação que astronautas vivem ao longo de um dia lunar, segundo comunicado da instituição.

A missão simulada para a comprovação da eficiência do traje, realizada em outubro, reuniu 200 cientistas de 25 países trabalhando em diferentes experimentos e detalhes operacionais. É considerada a maior simulação do tipo já realizada.

 Divulgação/Universidade de Bristol A missão análoga para a realização dos experimentos teve duração de duas semanas e contou com a estadia de quatro astronautas análogos no CRATER — Foto: Divulgação/Universidade de Bristol

Os testes com astronautas análogos – aqueles que participam de missões espaciais simuladas na Terra – envolveram a avaliação de critérios como conforto, mobilidade e “efeitos biomecânicos ao realizar tarefas em superfícies planetárias, como caminhar, escalar e carregar cargas em terrenos soltos”.

Mesmo que ainda em fase de testes, Emanuele Pulvirenti, pesquisador associado da Universidade de Bristol, espera que essa tecnologia possa abrir caminho para futuros sistemas robóticos vestíveis que aprimorem o desempenho dos astronautas em missões espaciais. Para além disso, o pesquisador pretende também destinar atenção para o uso cotidiano do equipamento no auxílio a pessoas com deficiência.

“É empolgante pensar que essa tecnologia também pode beneficiar pessoas. Este exoesqueleto é assistivo, ou seja, aumenta artificialmente a força dos músculos das pernas, mas também desenvolvemos separadamente um exoesqueleto resistivo, que aplica carga ao corpo para ajudar a manter a massa muscular”, conclui Pulvirenti.

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