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Um estudo publicado na revista Scientific Data nesta quinta-feira (6) apresentou o Itiner-e, o mapa digital mais completo até hoje das redes de estradas do Império Romano. A nova base de dados revela, ao todo 299.171 quilômetros de estradas, o equivalente a quatro milhões de quilômetros quadrados.
Se colocados lado a lado, esse conjunto de estradas poderia dar cerca de sete voltas ao redor da Terra, o que ajuda a dar ideia sobre o tamanho do poderio terrestre alcançado pelo império romano. O novo levantamento, aliás, adiciona indica que essa rede viária era 100 mil quilômetros maior do que se conhecia até agora.
“Foi uma surpresa total que nosso mapa tenha adicionado mais de 100 mil quilômetros de estradas”, afirmou Tom Brughmans, da Universidade de Aarhus, em entrevista ao IFLScience. Significativa parte da adição veio das estradas descobertas em regiões da Península Ibérica, Grécia e norte do continente africano.
Em seu auge, o Império Romano abrigava mais de 55 milhões de pessoas, estendendo-se da atual Grã-Bretanha ao Egito e à Síria. Suas estradas, conhecidas pela construção reta e duradoura, sustentavam o controle imperial, permitindo o deslocamento de exércitos, mercadorias e de pessoas.
O Itiner-e foi construído a partir da integração de dados arqueológicos e históricos, combinados com mapas topográficos modernos, registros antigos e imagens de satélite. Técnicas de sensoriamento remoto e digitalização também ajudaram no processo de identificação das novas rotas.
A ferramenta mostra uma vasta malha de caminhos que se estendem das Ilhas Britânicas ao Oriente Médio, revelando a densidade desse sistema viário. Apesar de sua fama histórica, o traçado dessas estradas permanecia parcialmente mapeado até agora. O novo estudo busca ampliar o trabalho do Atlas Barrington do Mundo Grego e Romano – considerado o mapa rodoviário antigo mais completo do mundo –, para criar um atlas rodoviário muito mais detalhado e confiável. Confira no vídeo abaixo:
Outra diferença em relação aos modelos anteriores é que o Itiner-e segue os contornos reais da paisagem, ajustando as estradas a relevos montanhosos e vales sinuosos. O mapa inclui qualquer rota terrestre com localização comprovada, conjecturada ou hipotética, representando a infraestrutura romana em seu auge, por volta do ano 150 d.C.
Do total de estradas mapeadas, 34,58% – 103.478 quilômetros – são classificadas como principais, ou seja, foram rotas vitais para a conquista e administração imperial. As demais compõem a rede secundária, revelando padrões de mobilidade local.
Apesar da descoberta, apenas 2,7% das estradas têm a sua posição exata conhecida, 89,8% são registradas com menor precisão e 7,4% são hipotéticas, o que evidencia a necessidade de novas investigações.
Além de documentar o sistema viário romano, o Itiner-e oferece um recurso prático para arqueólogos, indicando possíveis locais de escavação e auxiliando na busca por trechos ainda não confirmados. Mas, os pesquisadores destacam que o modelo não mostra as mudanças ao longo do tempo.
Entre as pandemias da história antiga, a peste antonina, no século II, começou no Oriente Médio e foi disseminada por soldados romanos — Foto: Wikimedia Commons “O que eu acho realmente empolgante é que esse novo conjunto de dados revolucionará a maneira como estudamos pandemias antigas, migrações em massa e o desenvolvimento de religiões antigas”, disse Brughmans.

há 2 semanas
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