Com uma aparência chamativa, uma nova espécie de anfíbio foi descoberto na floresta da Amazônia - mais especificamente, na divisa do Brasil com o sudeste do Peru. O animal é coberto por listras dorsais amarelas, manchas nas pernas, nas patas e na barriga.
A nova espécie ganhou o nome de Ranitomeya hwata, e foi descrita em um estudo publicado revista científica Zootaxa na última segunda-feira (6).
Inicialmente, achavam que o novo anfíbio se tratava da espécie Ranitomeya sirensis. Mas, além da diferença na coloração, a rã recém-descoberta tem um canto distinto — com mais pulsos por chamado e com uma frequência mais alta em comparação com outras espécies. A equipe também observou diferenças no isolamento do habitat e nos meios de reprodução.
Diferente dos seus parentes próximas, que possuem práticas monogâmicas, os machos da espécie recém descoberto recruta diferentes fêmeas para acasalar, demonstrando um comportamento polígâmico. Os pesquisadores observaram que o animal está intimamente associado ao bambu guadua, nativo no Brasil e no Peru, e usa o vegetal para se reproduzir.
Os girinos de R. hwata são criados dentro dos caules do bambu, que são cavidades cheias de água. “O mais notável sobre esta espécie é o quanto ela realmente adora viver no bambu Guadua”, ressalta o principal autor do estudo, para o IFLScience.
“Certamente, existem algumas outras espécies de Ranitomeya que vivem e se reproduzem em bambu, mas geralmente são apenas certas populações que o fazem. No entanto, até onde sabemos, toda a distribuição de R. hwata parece estar ligada à presença deste bambu e, com poucas exceções, todos os indivíduos desta espécie foram encontrados dentro ou perto do bambu”, acrescenta.