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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em Belém que ninguém “vai dormir pior do que a gente dorme em nenhum lugar do mundo” e defendeu a escolha da capital paraense para sediar a Conferência das Nações Unidas para o Clima, que será realizada daqui a 39 dias na cidade.
Lula e uma comitiva de ministros visitam Belém para inaugurar equipamentos públicos como o Parque Linear da Nova Doca e uma estação de tratamento de esgoto no município, além de inspecionar obras previstas para a COP30.
“Queremos garantir ao mundo que ninguém vai aqui dormir pior do que a gente dorme em nenhum lugar do mundo. Para compensar (a falta de) um luxo de um quarto de hotel, vai ter o amor do povo do Pará nas ruas desta cidade mostrando que tipo de gente nós somos”, disse Lula.
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A escolha de Belém tem sido criticada por diplomatas e ONGs devido a deficiências da rede hoteleira da cidade e dos preços considerados exorbitantes para a hospedagem durante as datas do evento, programado para ser realizado entre 10 e 21 de novembro.
“A COP não é um desfile de moda, não é um desfile de produtos ideológicos em que as pessoas vêm aqui, falam o que querem, ouvem o que não querem e vão embora. Esta COP vai ser diferente. Quero que as pessoas conheçam a Amazônia, os nossos rios, as copas das árvores da Amazônia e o povo, os indígenas brasileiros”, ressaltou Lula.
O presidente atribuiu as críticas a “preconceito”, mas admitiu haver problemas. “Para enfrentar o problema dos apartamentos, nós dissemos que o povo do Pará ia fazer com que as suas casas virassem apartamentos (quartos). E muita gente no Pará está saindo de suas casas para dizer pros gringos: “venha morar no meu aconchego por uns dias para vocês saberem o que é o Pará”, disse Lula durante cerimônia de inauguração do Parque Linear da Nova Doca.
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O presidente também lembrou que o governo contratou cruzeiros para ampliar a oferta de quartos durante o evento, que deve atrair mais de 50 mil pessoas.
“Fomos atrás de dois navios, desses bonitões que a gente só vê em novela e em filme. Navio que cabe 4 mil pessoas. Pois aqui vai ter dois navios para quem quiser dormir, vai dormir no navio também”, disse Lula.
Ao comentar críticas dos países mais pobres em relação aos preços das hospedagens, Lula ressaltou que o governo federal, em parceria com o governo do Pará, vai garantir que as delegações de nações africanas tenham onde dormir.
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“Resolvemos garantir aos países africanos, venham para cá, para a COP, que o governo estadual e o governo federal vão garantir que vocês tenham onde dormir, vão ter o que comer e se quiserem beber, vão ter também”, afirmou.
Em discurso que antecedeu ao de Lula, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), agradeceu ao presidente por manter a decisão de realizar o evento em Belém, supostamente resistindo a pressões da ONU e de países para mudar a sede da COP30.
“Se essa COP não saiu de Belém só devemos a uma pessoa, a Luiz Inácio Lula da Silva. Eu sei o quanto a ONU tentou lhe constranger. Eu sei o quanto os países tentaram constranger, porque acham impossível a Amazônia sediar o maior evento climático do planeta. Mas o senhor foi valente, resiliente, corajoso”, disse Barbalho.
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Integram a comitiva de Lula ministros como Rui Costa (Casa Civil), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Jader Filho (Cidades), Margareth Menezes (Cultura), Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Celso Sabino (Turismo). Este último acompanha Lula como último ato no cargo, uma vez que pediu demissão ao ceder ao ultimato de seu partido, o União Brasil, que desembarcou do governo.