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A Terra atingiu seu primeiro "ponto de não retorno" climático, de acordo com um estudo publicado divulgado por cientistas da Universidade de Exeter, no Reino Unido. A pesquisa conclui que o colapso dos recifes de coral de águas quentes em escala global representa uma mudança profunda e irreversível, marcando a transição de uma ameaça futura para uma realidade presente.
O ponto de não-retorno, é um marco a partir do qual mudanças em um sistema se tornam autossustentáveis e potencialmente irreversíveis, mesmo que as condições que as causaram sejam revertidas. No caso dos corais, o aumento das temperaturas dos oceanos desencadeou um branqueamento (morte) em massa, fenômeno no qual os corais expulsam as algas simbióticas que lhes fornecem nutrientes e cores vibrantes, levando-os à morte por inanição.
“Não podemos mais falar em pontos de inflexão como um risco futuro”, afirmou Steve Smith, líder do estudo, em entrevista à revista Nature. “Esta é a nossa nova realidade.”
Desde janeiro de 2023, o quarto evento global de branqueamento já afetou mais de 84% dos ecossistemas de corais do planeta, segundo os pesquisadores. Na Austrália, vastas áreas da Grande Barreira de Corais morreram após ondas de calor marinhas históricas.
"Já com 1,4°C de aquecimento global, os recifes de corais de águas quentes estão ultrapassando seu ponto de inflexão térmica e sofrendo uma perda de biodiversidade sem precedentes", afirma o relatório, assinado por 160 cientistas de dezenas de instituições de pesquisa globais.
“Chegamos lá”, disse o ecologista de corais Michael Studivan, da Universidade de Miami. “Os eventos de perturbação estão se tornando tão frequentes que os recifes não têm mais tempo para se recuperar e esse é o grande problema.”
O branco e o rosa fluorescente revelam a morte de corais, transformando paisagens vibrantes em cenários de colapso — Foto: Jurgen Freund/Nature Picture Library/Science Photo Library O relatório da Universidade de Exeter é o mais recente de uma série de avaliações sobre a proximidade da Terra em relação a cerca de 20 potenciais pontos de inflexão planetários, que incluem o colapso das camadas de gelo da Antártica e da Groenlândia, o derretimento do permafrost (solo congelado) e a morte da floresta amazônica.
Em sua primeira versão, há menos de dois anos, o grupo havia alertado que esses riscos estavam se aproximando, mas não havia declarado que algum ponto havia sido oficialmente atingido. A nova análise, porém, indica que a crise dos corais representa a primeira transição climática irreversível já observada.
Mesmo que as temperaturas globais se estabilizem em 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, meta central do Acordo de Paris, os corais devem continuar desaparecendo. Para preservar parte desses ecossistemas, os cientistas estimam que seria necessário não apenas conter o aquecimento, mas resfriar o planeta para cerca de 1 °C, o que exigiria a remoção ativa de dióxido de carbono da atmosfera.
O colapso dos recifes de corais é, portanto, mais do que um alerta ecológico é um sinal inequívoco de que o planeta já entrou em uma nova fase da crise climática. E, segundo os cientistas, outros sistemas vitais da Terra podem estar prestes a seguir o mesmo caminho.

há 1 mês
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