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O Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, enfrenta um problema com objetos deixados para trás por visitantes. Só em 2025, mais de 300 chapéus foram recuperados de fontes termais, gêiseres, fumarolas e poças de lama do parque, segundo um relatório do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Estima-se que o valor total desses itens perdidos ou descartados chegue a quase US$ 6 mil (cerca de R$ 32.400,00).
Os dados, compilados em um novo relatório do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), revelam um problema crônico. Enquanto a maioria dos turistas é cuidadosa, uma minoria descarta lixo intencionalmente ou perde pertences acidentalmente devido aos fortes ventos da região. Mas a lista de itens recuperados vai muito além de bonés e gorros.
Ao todo, já foram removidos 13 mil pedaços de lixo das áreas hidrotermais de Yellowstone neste ano. Entre os itens encontrados estão uma sandália Birkenstock, uma caixa de pizza com fatias ainda intactas, um coala de pelúcia e até uma foto Polaroid do Excelsior Geyser.
Em 2024, a situação foi ainda mais extrema: equipes precisaram retirar um carro inteiro que havia caído no Gêiser Semi-Centennial. Os visitantes ocupantes escaparam sem ferimentos graves.
Impacto ambiental e científico
Embora muitas vezes esses objetos cheguem às fontes por acidente os fortes ventos da região são responsáveis pela perda de inúmeros chapéus, os impactos vão além da aparência descuidada. Segundo o USGS, detritos podem alterar irreversivelmente o funcionamento das fontes, afetando temperatura, cor e até mesmo a atividade eruptiva.
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Um dos exemplos mais conhecidos é o da Piscina Morning Glory. No século 19, ela exibia um tom azul-arroxeado intenso. Hoje, apresenta cores que variam entre o amarelo, o laranja e o verde. Parte dessa transformação ocorreu naturalmente, mas o acúmulo de moedas, pedras, lixo e troncos jogados por visitantes reduziu a circulação e a temperatura da água, favorecendo bactérias que alteraram a coloração da piscina.
Para manter os sistemas geotérmicos preservados, funcionários percorrem mais de 2 mil quilômetros de trilhas e dirigem cerca de 17,7 mil quilômetros por ano. Munidos de escumadeiras, varas de pesca e hastes de até 9 metros, eles retiram manualmente o lixo das águas ferventes. Além dos resíduos artificiais, a equipe também remove detritos naturais, como pedras e gravetos: só em 2025, já foram 4 mil unidades coletadas.
Quando não estão limpando, os geólogos de Yellowstone monitoram a composição química das águas, instalam sensores e colaboram com o Observatório do Vulcão de Yellowstone para acompanhar a atividade sísmica e hidrotermal.
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Os gestores reforçam que, ao visitar o parque, é fundamental segurar bem os pertences, respeitar trilhas e descartar o lixo corretamente. E, caso algum objeto caia em uma fonte, o visitante não deve tentar recuperá-lo por conta própria.
“Se estivermos por perto, ficaremos felizes em buscar o item”, afirmou Jeff Hungerford, geólogo do parque, ao site National Parks Traveler.
Yellowstone recebe cerca de quatro milhões de visitantes por ano e se estende por uma área de 8.646 km², maior do que os estados americanos de Rhode Island e Delaware juntos.