Maior chifre de rinoceronte-lanoso já encontrado estava sob o gelo da Sibéria

há 1 dia 2
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Arqueólogos encontraram o chifre de um rinoceronte-lanoso (Coelodonta antiquitatis), bem preservado, no solo gelado de Yakutia, na Sibéria. O fóssil tem mais de 1,6 metro de comprimento, e é considerado o maior chifre já encontrado da espécie extinta. Um estudo que descreve a descoberta foi publicado na revista científica Journal of Zoology.

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O crânio completo do rinoceronte também foi encontrado por um pescador e caçador local, nas margens do rio Kolyma, na Rússia. Os fósseis foram enviados para o Museu dos Mamutes em Yakutsk para serem investigados mais a fundo.

Próximo aos restos mortais do mamífero pré-histórico, os pesquisadores acharam lemingues (pequenos roedores típicos de solos) congelados. Através de análise por datação de carbono, a equipe descobriu que os restos mortais possuem cerca de 19,6 mil anos.

 Ruslan Belyaev O crânio e o chifre do rinoceronte-lanoso (Coelodonta antiquitatis) — Foto: Ruslan Belyaev

O Coelodonta antiquitatis viveu 10.000 anos atrás, durante a Era Glacial, no norte da Eurásia. As espécies modernas de rinocerontes são parentes dos rinocerontes-lanosos. Há 9 milhões de anos, eles compartilharam um ancestral em comum: o rinoceronte-de-sumatra.

A equipe de pesquisadores acredita que o chifre e o crânio são desproporcionais para um rinoceronte-lanoso adulto. A principal hipótese é que o fóssil pertencia a uma fêmea — os machos teriam chifres mais grossos, enquanto as fêmeas tinham chifres mais longos, assim como os rinocerontes atuais da África. Segundo o autor do estudo, Ruslan Belyaev, ainda não é possível determinar se as fêmeas tinham chifres mais longos devido a um crescimento acelerado ou a um desgaste lento.

O chifre dos rinocerontes são compostos por camadas alternadas entre faixas claras e escuras, devido a deposição de queratina, algo semelhante é perceptível nos anéis de árvores. Através da análise dessas características, foi possível determinar que o rinoceronte tinha, no mínimo, 40 anos quando morreu. O animal pré-histórico atingiu uma idade muito maior em comparação com rinocerontes de cativeiros e selvagens modernos.

 Journal of Zoology Ilustração mostra os chifres mais longos de diversas espécies de rinocerontes extintos e modernos, do mais longo para o mais curto. Da esquerda para a direita: Rinoceronte-lanoso, rinoceronte-branco, rinoceronte-negro, rinoceronte-de-sumatra, rinoceronte-unicórnio-maior.O comprimento é medido ao longo da curva frontal do chifre. Por isso, chifres mais retos podem parecer relativamente mais longos do que realmente são. As linhas pontilhadas delineiam os chifres secundários menores dos animais (teóricos no caso do rinoceronte-lanoso). — Foto: Journal of Zoology

“Pela primeira vez, conseguimos mostrar que, nas condições adversas da Era Glacial, os rinocerontes lanudos podiam viver tanto quanto as espécies modernas”, disse Belyaev, em comunicado. Devido ao seu formato achatado e ao seu comprimento, os chifres de rinocerontes-lanosos eram usados para remoção da neve enquanto se alimentavam, contribuindo para a sua sobrevivência — hipótese levantada devido ao desgaste encontrado na parte frontal dos chifres.

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