Livro de vencedor do Nobel inspirou filme de 7 horas

O longa se passa após a queda do comunismo e acompanha uma fazenda coletiva que decide deixar sua vila. Enquanto um grupo tenta conspirar para fugir com o lucro gerado pela produção agrícola, existe o retorno de um personagem dado como morto e que muda a vida de todo o coletivo.

Filmado em preto e branco, o filme consegue levar o telespectador para a frieza e a miséria vivida pelo grupo. As cenas são longas e, assim como no livro, deixam margem para interpretações de quem assiste.

Além da carreira na literatura, Krasznahorkai também foi roteirista de outros longas como Jornada pelas Planícies (1995), A Harmonia Werckmeister (2001), O Homem de Londres (2008) e O Cavalo de Turim (2016). Todos esses filmes foram dirigidos pelo mesmo diretor, Béla Tarr.

Sem lançamento no Brasil, o livro The Melancholy of Resistance (A melancolia da Resistência, em tradução livre) inspirou a produção de A Harmonia Werckmeister (2001). No longa, o povo de uma pacata cidade húngara aguarda a chegada de um circo que apresentará a carcaça de uma baleia e um homem misterioso chamado Príncipe como uma de suas atrações.

Assim como em O Tango de Satã, o filme tem uma atmosfera ruralista. Em 2008, O Homem de Londres foi lançado na Hungria e Krasznahorkai foi o roteirista da obra. O longa é uma adaptação do romance L'Homme de Londres de George Simenon, publicado em 1934. Estrelado pela atriz Tilda Swinton, um operador ferroviário testemunha um assassinato próximo ao porto e acidentalmente assusta o criminoso. Posteriormente, ele encontra uma mala de dinheiro. Enquanto sua vida melhora ao lado de sua família, investigadores estão procurando o homem morto.

Lançado em 2016 no Brasil, O Cavalo de Turim acompanha um fazendeiro com sua filha em um cotidiano monótono. A vida da dupla é acompanhada por uma janela, sendo possível observar que o cavalo da família se recusa a comer e a andar.