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O Palácio do Planalto confirmou nesta segunda-feira (6) que o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, conduzirá as negociações sobre o tarifaço imposto por Washington ao Brasil, em diálogo direto com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB).
A decisão foi comunicada horas após a videoconferência entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente norte-americano Donald Trump (Partido Republicano), que marcou a tentativa mais concreta de distensão entre os dois países desde o início da crise comercial.
De acordo com nota divulgada pelo Planalto, a reunião virtual, que durou cerca de 30 minutos, teve “tom amistoso” e resultou no compromisso de um encontro presencial “em breve”. Participaram também os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social).
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“O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar aos Estados Unidos”, diz o comunicado oficial.
Rubio à frente das negociações
Rubio é crítico contumaz do ministro do STF Alexandre de Moraes, a quem já chamou de “descontrolado”, e tem pressionado o governo norte-americano a adotar sanções pela Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras envolvidas nas investigações da trama golpista de 2022.
Em setembro, a Embaixada dos EUA em Brasília chegou a repercutir críticas de Rubio ao magistrado, alegando que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de perseguição política e que o Brasil vive “violações de direitos humanos”.
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Fontes do Itamaraty afirmam que a Casa Branca sinalizou disposição para um “ajuste progressivo” das tarifas, desde que o Brasil demonstre compromisso com segurança jurídica e estabilidade institucional, temas que têm dividido o discurso entre Lula e Trump.
Perspectiva econômica
Segundo o ministro Fernando Haddad, que classificou a conversa como “positiva do ponto de vista econômico”, o governo brasileiro pretende “preservar o comércio bilateral e evitar uma escalada de retaliações”.
Se as negociações avançarem, Rubio e Alckmin podem se encontrar ainda neste mês, antes da viagem de Lula à Malásia.