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Em entrevista ao programa Raiz do Negócio, do InfoMoney em parceria com The AgriBiz, o fundador da Mantiqueira, Leandro Pinto, afirmou que é necessário fazer e investir tudo o que estiver ao alcance do produtor – e do país – para lutar contra possibilidades de infecções no mundo agropecuário, para manter a sanidade.
E o Brasil tem sido protagonista neste tipo de combate, com protocolos complexos e atualizados – algo que chama atenção até mesmo no exterior, de acordo com o executivo. Tudo isso acaba se transformando, inclusive, em uma vantagem competitiva importante para o mercado brasileiro.
O imponderável e o aprendizado
Ao mesmo tempo, deve ser levado em conta o chamado imponderável. “A gente tem que fazer a nossa parte, mas tem que rezar também. Vírus é uma coisa que a gente não domina, não tem como prever com tanta eficácia, não sabe quando chega. Mas você tem que, pelo menos, se um dia acontecer, estar com a consciência tranquila que fez o melhor para evitar uma contaminação em série”, refletiu o executivo.
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E ter sido um dos últimos países na fila de contaminação, de acordo com Leandro Pinto, ajudou a aprender com os erros dos outros. “É muito mais barato do que aprender com os seus próprios erros”, ressaltou.
O primeiro caso de gripe aviária em granja comercial da história do país foi registrado neste ano, mas, desde junho, o plantel comercial já está livre de contaminação. “Eu acho que o Brasil deu um show nisso. O Ministério da Agricultura foi muito eficiente, em como eles organizaram essa confusão toda.”
As dificuldades para exportação de ovos
O peso da exportação de ovos para o mercado brasileiro não tem tanta relevância quando comparada com outras commodities, como soja e café, por exemplo. Porém, o setor teve crescimento relevante neste ano. Só que este caso específico passa pelo contexto do mercado americano, que tem sofrido fortemente com casos locais de gripe aviária e consequentes escassez de produtos nas gôndolas e aumento de preço.
De acordo com o fundador da Mantiqueira, essa falta de maior expressividade no mercado de exportações se dá por uma dificuldade logística. O ovo de casca, para consumo, que vai para a mesa das pessoas, não aguenta viagens muito longas. E, mesmo em casos de exportação, na maioria das vezes, estes produtos são para a indústria, que vão utilizá-los como insumos para produção de outros itens.
“Nos Estados Unidos, por exemplo, a cada três ovos produzidos, em média, um é quebrado para poder extrair dele a clara e/ou a gema. O consumo do ovo é o frescor e aí tem que ser uma produção local”, explicou.