ANUNCIE AQUI
Durante uma série de reuniões com investidores nos Estados Unidos, analistas da XP identificaram um sentimento de otimismo em relação ao mercado brasileiro. O interesse tem se concentrado em setores domésticos sensíveis aos juros, como bancos, energia elétrica, saneamento, imobiliário e infraestrutura — todos favorecidos pela expectativa de cortes na taxa Selic.
Apesar do cenário construtivo, os riscos seguem no radar. A XP aponta que uma retomada da inflação, impulsionada pelo aumento de gastos públicos, as incertezas das eleições presidenciais e um possível fortalecimento do dólar podem pressionar os ativos locais. Ainda assim, a percepção é de que o Brasil se destaca entre os emergentes pelo bom equilíbrio macroeconômico e valuations atrativos.
- Esse conteúdo faz parte da newsletter semanal Expert Drops; saiba mais e inscreva-se!
Cenário econômico se estabiliza, mas riscos fiscais crescem
O Brasil vive um momento de reequilíbrio gradual, com sinais de desaceleração econômica e menor pressão inflacionária. O câmbio estabilizado em torno de R$ 5,30 por dólar ajuda a conter os preços de bens, enquanto o mercado de trabalho começa a mostrar moderação. O movimento global de corte de juros pelo Federal Reserve e a exportação de deflação pela China também contribuem para um ambiente menos inflacionário.
Por outro lado, aumentam os riscos de uma postura fiscal mais expansionista, que pode comprometer a trajetória de queda dos juros. Segundo os economistas da XP, a combinação de juros ainda elevados e incertezas fiscais exige cautela, mas mantém o cenário base de estabilidade para a economia brasileira.
Onde investir em outubro: diversificação e cautela
Setembro foi positivo para os mercados, com alta de 3,7% no índice global de ações (ACWI), puxada pelos emergentes, e redução dos juros de longo prazo. Para outubro, a XP recomenda atenção aos riscos políticos e fiscais no Brasil e ao aumento das incertezas institucionais nos Estados Unidos, em meio ao recente “shutdown” do governo americano.
As carteiras recomendadas da XP sugerem diversificação entre renda variável e fixa, com destaque para setores que se beneficiam da queda dos juros e do câmbio mais estável. A projeção para o Ibovespa é de 170 mil pontos até o fim de 2026, refletindo fundamentos sólidos e valuations atrativos.
Continua depois da publicidade
- Leia mais: Quem é o dono de site de apostas que se tornou o bilionário mais jovem sem herança?
- E também: IPCA “benigno” coloca “panos quentes” em preocupação com aceleração dos núcleos
CBA aposta em inovação e sustentabilidade
No Expert Talks – Na Mesa com CEOs, Luciano Alves, CEO da Companhia Brasileira de Alumínio – CBA (CBAV3), destacou a estratégia da empresa para crescer com base em inovação e práticas sustentáveis. Fundada em 1955, a CBA atua de forma integrada em toda a cadeia do alumínio, desde a mineração da bauxita até a reciclagem e transformação do metal.
Segundo Alves, o foco da companhia está em ampliar a eficiência produtiva e investir em soluções de baixo impacto ambiental, acompanhando a tendência global por materiais mais sustentáveis. A CBA busca se posicionar como uma das principais referências do setor na América Latina.
O interesse dos investidores em produtos de crédito com foco em ESG (ambiental, social e governança) vem crescendo, segundo a XP. Em uma rodada de reuniões no Rio de Janeiro com mais de 20 instituições, os temas mais discutidos foram mercado de carbono, transição energética e a preparação para a COP30.
Embora o apetite por fundos de ações com viés ESG ainda seja limitado, a XP observa um “momentum” positivo no mercado de crédito. O amadurecimento dessa indústria abre espaço para emissões sustentáveis e para uma integração mais profunda de critérios ESG nas estratégias financeiras.
Vale melhora alocação de capital com recompra de debêntures
A Vale (VALE3) anunciou planos para adquirir até a totalidade das debêntures participativas de sua 6ª emissão. Segundo a XP, o movimento é positivo, pois representa uma melhor alocação de capital diante dos altos rendimentos das debêntures — cerca de 10% reais — em comparação ao custo de captação da companhia, próximo de 5,5%.
A decisão reforça a disciplina financeira da mineradora e sinaliza uma estratégia de eficiência no uso do caixa. Para os analistas, a recompra tende a gerar valor para os acionistas ao reduzir passivos caros e otimizar o balanço da empresa.
Continua depois da publicidade
MRV apresenta resultados operacionais abaixo do esperado
A MRV (MRVE3) divulgou dados operacionais do terceiro trimestre de 2025 com resultados considerados ligeiramente negativos. As ações da companhia caíram mais de 12% após a publicação, refletindo preocupação do mercado com o desempenho de vendas, lançamentos e repasses no período.
Apesar da retração, a XP avalia que a empresa mantém fundamentos sólidos no longo prazo, mas deve enfrentar desafios de curto prazo com a desaceleração do crédito imobiliário e custos de construção ainda pressionados.
Carteira de FIIs da XP mira ganho de capital
A carteira recomendada de Fundos Imobiliários (FIIs) da XP para outubro reúne 15 ativos voltados a investidores com perfil de renda variável. O objetivo é superar o desempenho do IFIX no longo prazo, combinando ativos de diferentes segmentos, como escritórios, logística e renda urbana.
Continua depois da publicidade
A XP destaca a importância de avaliar oportunidades com potencial de ganho de capital, aproveitando o ciclo de queda dos juros e a retomada gradual do setor imobiliário. A seleção é revisada mensalmente, podendo ser ajustada conforme o cenário econômico.