Estes sites permitem acompanhar a trajetória do misterioso 3I/ATLAS em tempo real

há 2 semanas 12
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A chegada do cometa 3I/ATLAS tem intrigado astrônomos em todo o mundo. Vindo das profundezas do espaço interestelar, ele acaba de atingir seu periélio (o ponto de maior aproximação com o Sol) e agora inicia o caminho de volta rumo ao vazio galáctico. Movendo-se a uma velocidade aproximada de 210 mil km/h, o objeto representa uma das oportunidades mais valiosas já registradas para estudar um viajante cósmico de outro sistema estelar.

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O 3I/ATLAS é o terceiro corpo interestelar conhecido a cruzar o nosso Sistema Solar — precedido apenas pelo enigmático asteroide 1I/ʻOumuamua, detectado em 2017, e pelo cometa 2I/Borisov, identificado em 2019. A designação “3I” indica justamente sua ordem de descoberta, enquanto “ATLAS” remete ao projeto Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System, sediado no Chile, responsável por flagrar sua passagem em julho de 2025.

O que sabemos sobre o 3I/ATLAS?

Logo após sua identificação, observatórios terrestres e espaciais perceberam algo peculiar: a órbita do 3I/ATLAS é hiperbólica, ou seja, não segue um caminho fechado ao redor do Sol, um sinal de que ele não pertence ao nosso sistema. Cálculos realizados pela Nasa indicam que o cometa deve deixar o Sistema Solar até janeiro de 2026.

Acredita-se que, em 19 de dezembro deste ano, o cometa passará a uma distância de quase 270 milhões de km da Terra (quase 700 vezes a distância média entre nosso planeta e a Lua). Embora não possa ser visto a olho nu, telescópios e sondas espaciais vêm registrando seu trajeto com precisão.

O cometa 3I/ATLAS foi identificado pela primeira vez em 1º de julho por cientistas do projeto ATLAS, financiado pela NASA — Foto: Divulgação

Entre os registros mais notáveis estão as imagens captadas pela sonda chinesa Tianwen-1, que orbita Marte. Segundo a Administração Espacial Nacional da China (CNSA), as fotografias revelam detalhes impressionantes da coma (a nuvem de poeira e gás que envolve o seu núcleo) e até uma anticauda (um feixe luminoso que aponta na direção oposta à esperada, um fenômeno óptico raríssimo).

Outras missões, como a Mars Express e a ExoMars Trace Gas Orbiter, ambas da Agência Espacial Europeia (ESA), também conseguiram imagens do visitante interestelar. Como a GALILEU já havia noticiado, essa é a primeira vez que sondas marcianas conseguem fotografar um corpo extragaláctico, um feito notável considerando a distância e o brilho tênue do objeto — cerca de 10 mil a 100 mil vezes mais fraco do que os alvos normalmente observados na superfície de Marte.

Trajetória do cometa em tempo real

Cometas como o 3I/ATLAS são fragmentos remanescentes da formação de outros sistemas estelares, o que os tornam verdadeiras cápsulas do tempo cósmicas que preservam informações sobre as condições do Universo primitivo. Assim, espera-se que a análise de sua composição possa ajudar os cientistas a entenderem melhor como se formam planetas e cometas fora da influência do Sol.

Ainda que o objeto tenha despertado especulações sobre possíveis “naves alienígenas”, os astrônomos garantem que não há nada de sobrenatural no visitante. Trata-se de um cometa natural, e sua trajetória foi mapeada com alta precisão pelo sistema Horizons, do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da Nasa.

É possível acompanhar a trajetória do 3I/ATLAS em tempo real. Além de sites como os da Nasa e ESA (Agência Espacial Europeia) A revista Wired destacou algumas plataformas que oferecem dados e simulações gratuitas, são eles:

  • The Sky Live – Atualiza constantemente a posição e a distância do cometa em relação à Terra e indica em qual constelação ele se encontra;
  • 3IAtlasLive – Gera mapas 2D interativos baseados em informações do sistema Horizons, permitindo visualizar o deslocamento do cometa pelo Sistema Solar; e
  • Eyes on the Solar System, da Nasa – Simulador 3D que exibe, em tempo real, a movimentação do cometa e de outras missões espaciais.

É possível também assistir via canais do YouTube que usam dados do JPL e do MPC (Minor Planet Center), como este abaixo:

Vale lembrar, por fim, que a passagem do cometa não representa qualquer risco de acidentes para o planeta. Dessa maneira, nenhum protocolo de defesa planetária foi acionado.

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