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Quando você pensa em bichos fluorescentes, ou seja, que brilham quando expostos à luz ultravioleta (UV), provavelmente um morcego não estará na lista dos que vêm à mente. Porém, pesquisadores da Universidade de Geórgia, nos Estados Unidos, comprovaram que seis espécies de morcegos norte-americanos emitem um brilho verde ao serem expostos a raios UV.
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Os cientistas da instituição já haviam descoberto que outros animais brilhavam sob a luz ultravioleta, como os roedores da classe Geomyidae – parentes de esquilos e marmotas. Dessa vez, o estudo publicado em julho na revista científica Ecology and Evolution mostrou, pela primeira vez, esse tipo de fenômeno em morcegos da América do Norte.
Ao todo, o estudo examinou 60 exemplares do Museu de História Natural da Geórgia. Pela iluminação UV, os pesquisadores observaram a ocorrência de fotoluminescência verde nas asas, nos membros inferiores e no uropatágio – membrana que liga as patas traseiras e a cauda dos morcegos.
Entre as espécies observadas, o fenômeno acontece com o morcego-marrom-grande (Eptesicus fuscus), o morcego-vermelho-oriental (Lasiurus borealis), o morcego-seminole (Lasiurus seminolus), o morcego-cinzento (Myotis grisescens), o southern myotis (Myotis austroriparius) e o morcego-de-cauda-livre-brasileiro (Tadarida brasiliensis). Veja imagens abaixo:
Em cada linha, a iluminação de quatro diferentes espécies de morcegos sob a luz ultravioleta. Em cada coluna, está representada um tipo de iluminação usada no teste — Foto: Steven B. Castleberry/Ecology and Evolution “As análises espectrais revelaram um pico de emissão consistente entre 520 e 552 nm, correspondente à cor verde observada. Não encontramos diferenças no comprimento de onda entre espécies ou sexos. O comprimento de onda não apresentou relação com a idade do espécime, o que corrobora o uso de espécimes de museu para a detecção de fotoluminescência”, descrevem os autores do estudo.
Apesar da descoberta, os cientistas ainda não sabem o motivo para a fotoluminescência. Pela cor e localização do brilho, eles sugerem que se trata de uma característica herdada geneticamente, e não algo relacionado ao ambiente em que os morcegos vivem.
“Pode não parecer algo de grande consequência, mas estamos tentando entender por que esses animais brilham. É interessante, mas não sabemos por que isso acontece. Qual é a função evolutiva ou adaptativa? Será que realmente tem alguma função para os morcegos?”, diz Steven Castleberry, professor de ecologia e coautor do estudo, em comunicado.
O morcego-de-cauda-livre-brasileiro pode ser encontrado em várias partes da América, tanto em países como Argentina e Brasil quanto estados de Oregon, Nebraska e Ohio, nos EUA — Foto: ITU Pictures/Flickr Pela cor ser a mesma em machos e fêmeas, foi descartada a possibilidade do brilho ser um mecanismo de reconhecimento sexual das espécies. O fato é que muitos morcegos conseguem enxergar os comprimentos de onda emitidos pela fotoluminescência, o que colabora para a teoria de que ela possa ser uma característica de um ancestral comum usada para a comunicação.
“Em última análise, é algum tipo de mutação, e essa mutação acaba se perpetuando geralmente porque traz algum benefício. Os indivíduos que têm essa característica tendem a sobreviver e se reproduzir melhor, tornando-a mais comum na população”, comenta Castleberry.
Essa particularidade dos morcegos, mesmo agora podendo ser apenas um resquício evolutivo, pode ser importante para entender as adaptações dos morcegos no passado e como elas se adequam a novas condições ambientais.

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