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Um estudo publicado na revista Nature Medicine nesta segunda-feira (3) traz à luz hábitos que podem desacelerar o progresso do Alzheimer. Cientistas descobriram que mesmo quantidades modestas de exercício físico, como caminhar 3 mil passos ou mais, parecem retardar as alterações cerebrais e o declínio cognitivo em pacientes.
 
 
Você já deve ter ouvido que uma rotina de vida saudável é composta por uma boa alimentação, hidratação, sono de qualidade e andar 10 mil passos ou mais diariamente. Os incentivos não estão de todo errados. Mas, ainda que a meta não seja batida por completo, é possível colher benefícios com quantidades mais modestas.
Novos estudos dão evidências de que os benefícios para o cérebro não exigem assim tanto esforço: 3 mil passos de caminhada diários já podem ter efeito positivo.
  Estudos têm comprovado a eficácia da atividade física no retardamento das alterações cerebrais e no declínio cognitivo decorrentes da doença de Alzheimer — Foto: Anna Shvet/Pexels  A condição definida como demência afeta cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, e tem como a doença de Alzheimer a sua causa mais comum. Estima-se que quase metade dos casos seja atribuída a fatores de risco modificáveis, como o sedentarismo. Isto quer dizer que a inatividade física, comprovada como um fator de risco ao Alzheimer, pode ser um costume substituído pela inserção de práticas físicas no cotidiano de potenciais pacientes.
O Alzheimer está ligado ao acúmulo de duas formas tóxicas de proteínas cerebrais: as placas beta-amiloides e os emaranhados neurofibrilares de proteína tau. Foram os níveis de ambas as proteínas que foram analisados pelos pesquisadores no decorrer dos 14 anos.
No início do estudo, os dados de 296 pessoas – com idades entre 50 e 90 anos e que não apresentavam comprometimento cognitivo – foram avaliados. Além dos níveis das proteínas, as informações também estavam relacionadas com a contagem de passos de cada paciente.
Os resultados reiteraram a importância da prática de atividades físicas para o retardamento do Alzheimer. O risco de desenvolver e progredir na doença foi maior para aqueles com níveis elevados de amiloide no início do estudo. Ainda entre eles, um maior número de passos foi associado a taxas mais lentas de declínio cognitivo.
Pessoas no quadro contrário, isto é, com baixos níveis de amiloide cerebral logo no início dos estudos, apresentaram pouco declínio das capacidades cerebrais, bem como baixo aumento no acúmulo da proteína tau.
  Segundo o estudo, se o paciente tiver amiloide, poderá apresentar uma taxa de declínio mais lenta se também for uma pessoa ativa fisicamente — Foto: Wikimedia Commons  Os resultados mostraram que o declínio cognitivo foi retardado de modo proporcional ao número de passos dados pelos pacientes. Para aqueles que caminharam de 3 a 5 mil passos por dia, o atraso das consequências do Alzheimer foi de três anos e, de sete anos, para os que conseguiam caminhar de 5 a 7 mil passos.
“Estamos incentivando os idosos que correm o risco de desenvolver Alzheimer a considerarem pequenas mudanças em seus níveis de atividade, para criarem hábitos sustentáveis que protejam ou beneficiem seu cérebro e saúde cognitiva”, afirmou Wai-Ying Yau, do hospital Mass General Brigham, em entrevista ao The Guardian.
Qual a relação entre atividade física e a doença de Alzheimer?
Ainda não está claro como o exercício físico pode ajudar no combate ao Alzheimer. É sabido, no entanto, que a atividade física melhora o fluxo sanguíneo, reduz a inflamação e aumenta os níveis de certos hormônios e fatores de crescimento, que podem desempenhar um papel importante na regressão do avanço da doença.
  Apesar de mais estudos serem necessários, os dados sugerem que a atividade física é, sim, uma protetora do contra o avanço da demência cerebral — Foto: Chico Bezerra/Revista Esquinas  Outro fator interessante é que, mesmo com os progressos dos resultados do estudo recente, os cientistas não podem descartar a chamada “causalidade reversa”. Tratam-se de alterações cerebrais precoces – e decorrentes do Alzheimer – que levam as pessoas a caminharem menos na terceira idade.
Por isso, ainda são necessárias mais pesquisas para observar o impacto direto da atividade física na prevenção e no retardo da progressão da demência, sobretudo do Alzheimer. “Precisamos de ensaios clínicos randomizados para comprovar causa e efeito, mas é muito encorajador que a atividade física possa ajudar a modificar a trajetória de alguém”, completou Yau.

                        há 9 horas
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