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Robôs bípedes sempre estiveram entre os maiores desafios da robótica moderna. Sofisticados, mas pouco graciosos em situações-limite, eles tendem a desabar como marionetes desengonçadas diante de um simples empurrão ou obstáculo inesperado e, quando isso acontece, a queda costuma representar prejuízos significativos, especialmente para câmeras e sensores. Agora, um avanço desenvolvido pela Disney Research promete mudar esse cenário.
Segundo informações publicadas pela Phys.org, pesquisadores da unidade de Zurique, na Suíça, criaram um sistema inovador que permite que robôs caiam de maneira suave, controlada e, surpreendentemente, elegante. A solução foi detalhada em um artigo ainda não revisado por pares, disponibilizado no servidor arXiv, em que a equipe explica como usou para treinar robôs o aprendizado por reforço – uma técnica de inteligência artificial (IA).
A pesquisa partiu de uma constatação simples: os métodos existentes para proteger robôs durante quedas são limitados e pouco eficazes. Em muitos casos, os atuadores travam, tornando o robô rígido como uma tábua; em outros, ficam soltos, deixando a máquina tombar caoticamente. Há ainda abordagens que usam movimentos pré-programados de queda, eficientes apenas em situações lentas e previsíveis.
Para superar essas barreiras, os cientistas criaram milhares de versões virtuais dos robôs e os colocaram para cair em um ambiente de simulação. De todos os ângulos. Em todas as velocidades. Das maneiras mais improváveis.
Cada vez que o robô virtual “batia no chão”, recebia uma recompensa por minimizar o impacto e por alcançar uma das posições finais consideradas seguras, um conjunto de dez poses desenvolvidas por artistas. Com feedback constante, o sistema de IA aprendeu a coreografar a queda perfeita, independentemente da forma como ela começasse.
Depois de dominar a arte de cair no ambiente digital, o conjunto de diretrizes gerado pela IA foi transferido para um robô físico. A equipe então passou a empurrá-lo, cutucá-lo com uma vara e fazê-lo tropeçar de todos os jeitos possíveis. Veja:
O resultado surpreendeu. O robô não sofreu danos visíveis, manteve pleno funcionamento e apresentou quedas suaves e consistentes, sempre terminando em uma das poses planejadas.
“Nosso método permite uma queda suave que protege a parte mais sensível do robô, independentemente da direção da queda”, escreveram os pesquisadores no artigo. “Esta é a primeira abordagem geral que demonstra a queda controlada pelo usuário de um robô bípede no mundo real.”
Com o sucesso dos testes, os pesquisadores da Disney já pensam nos próximos passos. Entre os planos está expandir a técnica para outros tipos de robôs, como para os quadrúpedes, e verificar se a estratégia é universal.
Outro objetivo é permitir que o robô preveja uma queda antes de aacontecer, algo que o sistema atual ainda não faz. A equipe também quer desenvolver mecanismos que permitam à máquina levantar-se do chão com a mesma graça demonstrada na queda.
Se depender desse avanço, não vai demorar para que robôs bípedes deixem de ser conhecidos por tombos desajeitados e passem a exibir performances dignas de personagens dos parques da Disney.

há 5 dias
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