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É do Brasil! Nesta quarta-feira (12), pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) publicaram na revista científica Journal of Systematic Palaeontology uma descoberta que ajuda a esclarecer o período que precedeu o surgimento dos dinossauros. Em maio deste ano, a equipe encontrou um esqueleto parcial de um réptil que viveu há 240 milhões de anos.
Nomeado Tainrakuasuchus bellator, o réptil integrava o grupo dos principais e mais dominantes predadores do Período Triássico. Tratava-se de um predador de 2,4 m de comprimento e 60 kg. Este animal carnívoro pertencia ao grupo Pseudosuchia, que reúne animais precursores dos crocodilos e jacarés modernos.
Segundo Rodrigo Temp Müller, da UFSM, a descoberta do Tainrakuasuchus é extremamente rara e representa a complexidade do ecossistema da época, momento em que existiam répteis com tamanhos e estratégias de caça variados.
À primeira vista, o lagarto se assemelha a um dinossauro, mas não é. “Uma das maneiras mais claras de distingui-lo dos dinossauros reside na estrutura da pélvis, onde as características das articulações do quadril e do fêmur são muito diferentes”, afirmou Müller, em comunicado.
Os fósseis foram encontrados no município de Dona Francisca, localizado no Rio Grande do Sul. Os pesquisadores encontraram registros bem preservados – e cercados por rochas – de partes da mandíbula inferior, da coluna vertebral e da cintura pélvica do réptil.
Fósseis foram encontrados cercados por rochas da região sul do Brasil, o que retardou o processo de análise laboratorial — Foto: Rodrigo Temp Müller Mesmo longe de ser o maior caçador de sua época, o Tainrakuasuchus bellator era um predador ativo. Na competição com os seus contemporâneos reptilianos de sete metros de comprimento, ele perdia, mas ainda assim caçava com agilidade.
Os ataques eram velozes e precisos. As presas eram agarradas pela fina mandíbula do réptil, repleta de dentes afiados e curvados, o que potencializava o poder de corte e, logo, a morte dos animais por ele caçados.
Os fósseis encontrados passaram por um meticuloso processo de preparação em laboratório, no qual a rocha que o cercava foi removida cuidadosamente. “Assim que os detalhes anatômicos foram revelados, ficamos encantados e muito animados em revelar que o espécime representava uma espécie até então desconhecida pela ciência”, revelou Müller.
Por “desconhecida pela ciência”, Müller diz respeito ao fato da diversidade dos pseudossúquios serem um grupo de répteis pré-históricos pouco compreendidos. A falta de estudos sobre esse grupo é decorrente da raridade de registros fósseis já encontrados dessa linhagem.
O réptil teria vivido em uma região que fazia fronteira com um vasto deserto árido, o mesmo cenário onde surgiram os primeiros dinossauros — Foto: Caio Fantini A descoberta do fóssil também é uma evidência da antiga ligação existente entre a costa do Brasil e a costa do continente africano. Durante o Período Triássico, ambos os continentes estavam unidos com os demais no supercontinente Pangeia.
Devido à união territorial desta época, a livre dispersão dos organismos por regiões diversas ocorria livremente. Hoje, separados por oceanos, Brasil e África compartilham diversos elementos em comum, o que reforça a história evolutiva e ecológica das faunas e das floras dos dois lados.
“Isso demonstra que, no que hoje é o sul do Brasil, os répteis já haviam formado comunidades diversas, adaptadas a várias estratégias de sobrevivência. Além disso, essa descoberta revela que tal diversidade não era um fenômeno isolado”, observou Müller.

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