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A Marcha da Cúpula dos Povos abriu o dia na COP30, virando destaque no noticiário internacional. A cobertura também chamou atenção ao fato de que há 1.600 lobistas da indústria fóssil no evento, como divulgado ontem pela coalizão Kick Big Polluters Out. O sábado ficou menos marcado por menos anúncios e cercado de expectativas sobre o desenrolar das negociações, que continuam em curso nas salas de reunião. Veja abaixo os principais destaques do sexto dia de evento, em 10 números.
Segundo os organizadores, essa foi a quantidade de pessoas que compareceram pela manhã à Marcha da Cúpula dos Povos, uma das principais manifestações paralelas à programação oficial da COP30. Participaram lideranças indígenas, amazônicas e comunitárias, além de representantes do poder público e do setor privado.
O ato é tradicional nas COPs, mas não acontecia desde 2021, na edição de Glasgow, quando reuniu 100 mil pessoas. As últimas três COP aconteceram em países com restrições à liberdade de expressão (Egito, Emirados Árabes Unidos e Azerbaijão).
As ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas) estiveram na concentração do ato, no Mercado São Brás, e falaram com os manifestantes. Os deputados do PSOL Chico Alencar (RJ), Sâmia Bonfim (SP) e Talíria Petrone (RJ) acompanharam o cortejo. Houve rumores de que a ativista sueca Greta Thunberg estaria no evento, mas o jornal O Globo recebeu confirmação de que ela não veio ao Brasil.
A marcha começou às 8h30 e seguiu por 4 km até a Aldeia Amazônica, contando com diversos adereços artísticos, como uma serpente de 30 metros. O evento foi finalizado com o “Funeral dos Combustíveis Fósseis”, um ato simbólico pelo fim do uso dessas substâncias.
Ao final da marcha, a Cúpula dos Povos também entregou uma carta à organização da COP30 com as reivindicações do grupo, incluindo a demarcação de territórios tradicionais, a transição para uma economia de baixo carbono e ações efetivas para a adaptação climática.
Foi a temperatura pela manhã em Belém do Pará. Alguns dos manifestantes na Marcha passaram mal.
É o número de desastres climáticos que o Brasil teve entre 1991 e 2024, segundo levantamento feito pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, em parceria com o Programa Maré de Ciência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. O estudo foi apresentado ontem (14) na COP.
A frequência está crescendo: entre 2021 e 2024, o número desses eventos aumentou em 1.800% em relação à década de 1990 (44 ocorrências anuais contra 2,3). Pelos registros, mais de 27 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas e o país teve prejuízo de R$ 2,7 bilhões. Os principais afetados são os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
... anos. É o tempo que vai durar a parceria entre o governo brasileiro e a Global Energy Alliance for People and Planet (GEAPP), anunciada este sábado na COP. O objetivo é expandir o acesso à energia renovável nas regiões mais isoladas da Amazônia.
O projeto tem duas frentes. A primeira é apoiar políticas públicas para ampliar o acesso à energia. A segunda é financiar projetos piloto e oferecer suporte técnico e regulatório. Na prática, o que as comunidades recebem são microgrids, redes localizadas de distribuição de energia com uma ou mais fontes de geração.
É o número de nações que anunciaram hoje o "Hub de Plataformas de Países". Será uma plataforma, coordenada pelo Brasil, que irá conectar os países diretamente a mecanismos de financiamento oferecidos por parceiros como o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Coligação Global de Construção de Capacidades (GCBC), entre outros. O financiamento inicial anunciado é de quase 4 milhões de dólares.
Fazem parte do Hub: Camboja, Colômbia, República Dominicana, Índia, Cazaquistão, Lesoto, Mongólia, Nigéria, Omã, Panamá, Ruanda, África do Sul e Togo, além da Comissão do Clima dos Estados Insulares Africanos.
GigaWatts (GW). É a capacidade de energia renovável instalada globalmente. O número mais que dobrou desde o Acordo de Paris em 2015, quando era de 1.900 GW.
O dado faz parte do Anuário da Ação Climática Global 2025, divulgado pela UNFCCC nesta COP. Outros números importantes:
- Hoje, há 16 milhões de pessoas trabalhando com energia limpa
- 300 milhões de pessoas ganharam acesso à eletricidade na última década
- A produção de energia solar e eólica saltou de 4,5% em 2015 para 15% em 2024
- O índice de desflorestamento subiu de 7 milhões de hectares por ano em 2015 para 8,1 milhões de hectares por ano em 2024
- A área florestal global subiu de 3.999 para 4.140 milhões de hectares (2015-2024)
- A área de territórios legalmente demarcados para indígenas e comunidades tradicionais passou de 1,48 para 1,58 bilhão de hectares (2015-2024)
- O desperdício de comida global pulou de 121 kg para 130 kg por pessoa (2015-2022)
O número de atores individuais registrados na plataforma NAZCA, criada pela UNFCCC para registrar e monitorar compromissos climáticos de atores não estatais (empresas, ONGs e afins) passou de 18 mil em 2022 para 43 mil em 2024
Foi o crescimento dos investimentos em sistemas de geração de energia renovável em 2024, de acordo com o empresário Dan Ioschpe, campeão de alto nível do clima da COP30. O cargo de “campeão de alto nível do clima”, escolhido pelo presidente Lula, tem o papel de trazer o ponto de vista do setor privado para os debates climáticos. Segundo Ioschpe, o crescimento é abaixo do necessário, deixando evidente uma “lacuna” na transição energética.
Ioschpe esteve, na sexta-feira, na apresentação da Utilities for Net Zero Alliance (UNEZA) em que a organização internacional anunciou um salto de US$ 117 bilhões para US$148 bilhões por ano na sua meta de investimentos em energia renovável. A coalizão de empresas e entidades prevê a captação de US$ 1 trilhão para projetos na área até 2030.
É o valor do projeto Pará Mais Sustentável, que utilizará recursos do Fundo Amazônia. A iniciativa, anunciada na sexta-feira, beneficiará 27 municípios das Regiões de Integração do Baixo Amazonas e Xingu, que correspondem a aproximadamente 56% do território paraense.
A verba será aplicada na regularização ambiental e fundiária, no fortalecimento da sociobioeconomia e no desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono no estado.
Três "atores políticos", Noruega, Reino Unido e União Europeia, se colocaram a favor do Mapa do Caminho de Baku a Belém, publicado no dia 5/11 pelas presidências da COP do Azerbaijão e do Brasil. Neste sábado, foi realizada a primeira reunião após a divulgação do documento.
O Mapa propõe a meta de levantar até US$ 1,3 trilhão anualmente para o combate ao clima e os meios para conseguir isso. A criação de um documento que propusesse um financiamento mais ousado era um dos desafios da COP30, após a COP29 ser encerrada com apenas US$ 300 bilhões acordados entre os países.
Apesar disso, Japão, China e Quênia apresentaram queixas contra o documento. O problema não foi o conteúdo, e sim o fato de que não havia sido acordado previamente que esse mapa faria parte da agenda oficial da COP.
O presidente da conferência, André Corrêa do Lago, ressaltou que foram recebidas mais de 200 contribuições de governos, do mercado financeiro, da sociedade civil e de outros setores para a elaboração do documento, incluindo o relatório do Círculo de Ministros de Finanças da COP30, liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Vamos continuar trabalhando para tornar os US$ 1,3 trilhão uma realidade”, declarou ele.
Centenas de documentos técnicos
Foram produzidos ao longo da primeira semana de COP. Ao longo desses dias, os dois órgãos técnicos da ONU, SBSTA (Subsidiary Body for Scientific and Technological Advice) e SBI (Subsidiary Body for Implementation) receberam delegados em reuniões fechadas para produzir os documentos necessários em temas diversos como proteção a oceanos, transição energética, cortes de emissões e mais. As reuniões atravessaram madrugadas
Segundo fontes diversas, houve avanços nas negociações, mas não tanto quanto se esperava. Agora, na segunda semana de COP, a discussão deve ficar menos técnica e mais política. Será a fase chamada de Segmento de Alto Nível (High-Level Segment) pela ONU. Por protocolo da UNFCCC, essa fase é reservada a: chefes de governo e chefes de estado, Ministros do Meio Ambiente/Clima, Ministros de Economia, Ministros de Energia, Ministros de Agricultura e afins. Cada delegação trará os seus.
Tradicionalmente, essa virada de fase costuma trazer outro ritmo às COPs: os líderes são pressionados a oferecer compromissos eficientes e realizáveis. Em teoria, essas discussões acontecerão apenas na segunda e na terça-feira, com os resultados sendo divulgados na quarta (19).

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