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Após três dias com anúncios de investimentos em projetos ambientais e de mitigação de emissões, a COP30 hoje teve uma agenda menos imponente e marcada por muitos protestos. Os grandes destaques foram o anúncio do Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU) e do Plano de Ação em Saúde de Belém. Veja abaixo um resumo do que aconteceu de mais importante no quarto dia de evento, em 19 números.
Foi entregue ontem por Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC (braço da ONU para assuntos climáticos) à organização da COP30 reclamando das condições do evento. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (13). O secretário citou problemas de infraestrutura, como os alagamentos do primeiro dia, falhas nos equipamentos de ar-condicionado, que teriam causado “problemas de saúde relacionados ao calor”, e infiltrações de água em sistemas elétricos.
O documento menciona também problemas de segurança, como a invasão do segundo dia. “As forças de segurança e a estrutura de comando necessárias para executar o plano de segurança estavam todas presentes no local durante o incidente, mas fracassaram em agir”, disse o secretário, conforme noticiado pela Bloomberg, que teve acesso ao documento.
"Eu agradeceria se nós pudéssemos receber a confirmação de que as medidas apropriadas de segurança, ressaltadas acima, serão colocadas em prática até o final do dia", diz o texto.
“Recaatingamento”. Esse foi o termo usado pela Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima e a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) do Ceará em apresentação nesta quinta-feira.
Durante o painel, a procuradora autárquica do Semace, Luciana Barreira, apresentou ações desenvolvidas para combater à desertificação, recuperar áreas degradadas e valorizar o bioma Caatinga. O Grupo de Trabalho de Recaatingamento, comandado por ela, está atuando para restaurar áreas de preservação permanente (APPs) e de reserva legal (RL) degradadas em pequenas propriedades rurais familiares. A Caatinga, bioma exclusivo do Brasil, ocupa cerca de 10% do território nacional.
O toque de campainha que representa a abertura da Bolsa de Valores do Brasil (B3) foi tocado hoje em Belém, na COP30. Foi a primeira vez que a abertura do pregão ocorreu fora de São Paulo. A iniciativa ocorreu para simbolizar o compromisso do mercado financeiro com a transição para uma economia de baixo carbono.
A Caixa Econômica Federal anunciou hoje na COP30 um novo protocolo específico para acelerar a liberação de recursos em casos de desastres climáticos. Agora, quando o banco for alertado de alguma situação de risco, todas as suas unidades, incluindo lotéricas e postos de atendimento, serão avisadas com celeridade, fornecendo então os canais de ajuda.
“O protocolo inclui desde a liberação de recursos especiais, como auxílios governamentais e acesso ao FGTS, até a suspensão temporária da cobrança de cestas de serviço, empréstimos e financiamentos. Oferece também respostas rápidas para situações em que a vida humana esteja em risco e muitas empresas corram o risco de desaparecer”, afirmou a Caixa em comunicado.Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU) e do Plano de Ação em Saúde de Belém
É o total de hectares que integra a meta de ampliação da cobertura vegetal urbana em todo o Brasil, de acordo com o Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU), lançado nesta quinta-feira pelo Ministério do Meio Ambiente. Para efeito de comparação, essa área é maior que as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro juntas.
Outras metas do Plano são elevar de 45,5% para 65% o número de moradores que vivem em áreas com ao menos três árvores no entorno de suas residências e garantir que 100% dos estados e municípios disponham de instrumentos de planejamento voltados à arborização urbana até 2045.
O plano define ainda objetivos de curto, médio e longo prazo e passará por revisões a cada cinco anos. O lançamento ocorreu no painel “Arborização Urbana pelo Clima: promovendo Cidades Verdes e Resilientes”, no Pavilhão Brasil da Zona Azul.
São os eixos que compõem o Plano de Ação em Saúde de Belém, descrito como “o primeiro plano internacional de adaptação climática dedicado exclusivamente à saúde”. A ideia é propor ações na área de saúde, em âmbito nacional e internacional, com base em dados científicos, que sirvam como forma de resistir a eventos climáticos extremos. Foi lançado nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde. Os três eixos são:
- Vigilância e Monitoramento
- Políticas, Estratégias e Fortalecimento de capacidades baseados em evidências
- Inovação, Produção e Saúde Digital
O Plano foi anunciado pela manhã e, à tarde, foi revelado um aporte de US$ 300 milhões feito pela Coalizão para o Clima e o Bem-Estar (Climate and Health Funders Coalition), grupo que reúne 35 instituições filantrópicas em todo o mundo. O anúncio foi feito por Alan Dangour, diretor de Clima e Saúde da Welcome Trust, instituição beneficente inglesa que é uma das integrantes da Coalizão.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o Plano já recebeu a adesão de 40 países e outras 40 instituições e organizações sociais. Entre eles estão Reino Unido, Canadá, México, Colômbia e Uruguai.
É o número de pessoas que irão participar dos debates no Pavilhão do Balanço Ético Global, localizado na Zona Azul da COP30. O espaço foi inaugurado hoje pela ministra do meio ambiente, Marina Silva, com a presença de diversos convidados ilustres, como Janja Lula da Silva (primeira-dama e enviada especial para mulheres da conferência); André Corrêa do Lago (presidente da COP30); Ana Toni (CEO da COP30); Michelle Bachelet (ex-presidente do Chile e colíder do Diálogo Regional da América do Sul, América Central e Caribe) e outros.
Será o valor do programa “Sociobioeconomia na Amazônia”, fruto da parceria entre o governo federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, e o governo da Alemanha. A ideia é incentivar atividades econômicas sustentáveis que valorizem a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos da floresta.
O programa está dentro de outro maior, o Prospera Sociobio, anunciado na noite de ontem pelo MMA. Ele pretende estimular “ações concretas” em todo o território nacional, com foco em povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares.
... boleto gigante. Na manhã de hoje, na entrada da Zona Azul, o movimento Aliança dos Povos pelo Clima estendeu no chão um tapete gigante simulando um boleto de pagamento, com o texto em vermelho “Boleto Vencido”. Trouxeram também um adereço cilíndrico que parecia uma serpente com o texto “A gente cobra”.
O grupo tem realizado diversos protestos ao longo do evento. Eles cobram investimentos diretos nas comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas. “O que mantém a floresta de pé é a nossa cultura, é o nosso cuidado, é o nosso modo de viver. A gente precisa que os países se comprometam com isso. Não é só sentar em portas fechadas e falar sobre a gente. Tão falando do nosso futuro, mas ninguém pergunta pra gente o que a gente quer. Os nossos povos estão do lado de fora”, disse Olisil Oliveira, indígena e educomunicador do grupo, em vídeo no Instagram.
Resíduos descartados na COP30 sem destinação apropriada. Esse é o objetivo do Ministério do Turismo, que capacitou 3 mil pessoas em Belém para garantir a destinação correta dos resíduos produzidos durante o evento, com investimento de R$ 500 mil e apoio da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).
É o número de indígenas presentes na COP30, de acordo com a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. Sabatinada por jornalistas nesta quinta-feira, ela comemorou a presença dos povos nativos no evento. “Estamos conseguindo trazer a pauta indígena para o centro do debate global”, afirmou.
As metas e ações climáticas apresentadas pelos países até 2035, chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), “não estão fazendo diferença”, segundo o diretor executivo da Climate Analytics (empresa de pesquisas), Bill Hare.
Ele esteve na COP30 para apresentar o novo relatório do Climate Action Tracker, grupo global independente que monitora os esforços mundiais pela mitigação das emissões e do qual a Climate Analytics faz parte.
Segundo o relatório do Climate Action Tracker, o que está sendo feito não é suficiente para impedir um aumento de 2,6ºC na temperatura global. "Um aquecimento de 2,6°C literalmente cozinhará o planeta", disse ele.
“Nesta atualização, mostramos que as NDCs para 2035, que deveriam ser o grande destaque desta COP30, dez anos após Paris, não reduziram o gap em relação à meta de 1,5 °C. Na verdade, a incômoda verdade é que esse gap aumentou", disse o diretor. Segundo ele, o progresso que vinha sendo observado na questão climática estagnou após 2020.
O CAT projeta um aumento de 2,1°C para 2,2°C na temperatura global até o fim do século. Esse crescimento acontece principalmente devido à saída dos EUA do Acordo de Paris, o que invalida suas metas de NDC e de neutralidade de carbono.
Segundo dados da COP29, os maiores poluidores do mundo são China (28,14% do total global), EUA (10,91%), Índia (6,47%), Rússia (5,76%) e Brasil (2,75%).
Mil lideranças extrativistas marcharam nesta quinta-feira nas ruas de Belém. Foi o chamado Porongaço dos Povos da Floresta, ato em defesa do bioma amazônico e dos direitos territoriais. Durante o percurso, os participantes usaram uma poranga na cabeça, que é uma lamparina tradicional dos seringueiros, utilizada para iluminar os caminhos na mata. Ao final do ato, os manifestantes entregaram ao poder público uma carta com propostas e reivindicações das populações extrativistas.
Serão doados pela União Europeia ao Fundo Amazônia. A doação, que corresponde a cerca de R$ 124 milhões, foi sinalizada em 2023 e oficializada em julho de 2025. Mas o anúncio formal ocorreu só hoje, na COP30.
No domingo, a Suíça já havia anunciado a doação de US$ 33 milhões ao Fundo, criado em 2008 para combater o desmatamento na Amazônia. Em 2025, a iniciativa chegou a mais de R$ 1,2 bilhão por ano em financiamentos, apoiando 650 instituições em 75% dos municípios da Amazônia.
É o que o Judiciário brasileiro possui de processos ambientais relacionados somente à Amazônia. O número foi revelado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. Hoje foi o Dia da Justiça, do Clima e dos Direitos Humanos na COP30 e Fachin fez o discurso de abertura. A ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e o ministro aposentado Luís Roberto Barroso também participaram do evento.
"Propomos neste evento a construção de uma ampla rede de cooperação, ação e transformação em prol da nossa Pacha Mama, o Poder Judiciário global em defesa da Casa Comum, em prol da vida humana e dos direitos da Natureza", afirmou.
Quatro cientistas brasileiros tiveram suas trajetórias retratadas no documentário “Ciência na Mira”, dirigido por Rafael Figueiredo, que teve sua pré-estréia hoje na COP30.
Os personagens são a geógrafa Larissa Bombardi, especialista em geografia do uso de agrotóxicos; o infectologista Marcus Lacerda, pesquisador de doenças tropicais na Amazônia; a antropóloga Debora Diniz, estudiosa dos direitos reprodutivos, e o físico Ricardo Galvão, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que ganhou destaque internacional pela defesa dos dados de desmatamento.
Ontem, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, anunciou o Programa Amazônia Sempre, uma iniciativa para angariar recursos e fornecer linhas de financiamento para projetos nos biomas brasileiros, em especial a Amazônia.
Hoje, em entrevista ao programa Voz do Brasil, Tebet disse que “já está pronto para o mercado R$ 20 bilhões de financiamento para o setor privado que queira investir em economia verde. São 20 bilhões de financiamento com carência grande e juros baixos, com o BNDES sendo o grande fomentador disso”.
Tebet também revelou que existe um “plano piloto” de entregar 10 mil hectares de floresta desmatada para a iniciativa privada para que sejam restaurados. “Ele vai plantar 2 milhões de plantas, vai gerar quase 2 mil empregos diretos, depois ele vai poder, por 30 anos, explorar ecologicamente, ou seja, turismo ecológico, parque ecológico, ter o retorno financeiro daquele custo que ele teve e, se porventura ele tiver algum prejuízo, o BID vai lá e cobre”, declarou a ministra.
A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou nesta quinta-feira, na COP30, o ajuizamento de 40 ações civis públicas que cobram R$ 476,2 milhões de infratores ambientais e englobam 31,8 mil hectares a serem recuperados por todo o país. Este é o maior lote de processos desde a criação do programa AGU Recupera, em 2023, pela Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente (Pronaclima). Com esse último lote, o programa acumula 89 ajuizamentos, referentes a 80 mil hectares, desde o início do ano.
Em notícia independente da COP30, a União Europeia aprovou nesta quinta-feira uma meta de redução de 90% das emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2040 em relação aos índices de 1990. A aprovação é importante por dois motivos: primeiro, porque é ambiciosa, sinalizando compromisso do bloco com as mudanças climáticas. Segundo, porque impede que a UE chegue à COP30 de mãos vazias. Resta saber se os países conseguirão cumprir a meta.

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