As formigas-tecelãs asiáticas (gênero Oecophylla) podem realizar verdadeiros feitos de engenharia coletiva ao construir seus ninhos. Ao contrário dos humanos, que tendem a reduzir seu esforço individual em tarefas em grupo, esses insetos ficam mais eficientes quanto maior o número de integrantes na tarefa.
É o que argumenta um novo estudo, publicado na revista Current Biology em 8 de setembro.
Em experimentos feitos em laboratório, pesquisadores conectaram uma folha de papel a um medidor de força e filmaram o comportamento das formigas. Cada uma, sozinha, era capaz de puxar o equivalente a 59 vezes o próprio peso. Mas, em grupos de 15 indivíduos, a força aumentava para 103 vezes.
O segredo está na formação de correntes. Enquanto as formigas da frente se prendem à ponta da folha com as mandíbulas e puxam com força, as que ficam atrás se agarram a elas e fixam suas patas no papel. Enquanto as formigas “puxadoras ativas” geram movimento, as “resistentes passivas” evitam que a folha volte para trás, acumulando e estabilizando a força.
A força das patas aderentes
Além da coordenação coletiva, a super força das formigas-tecelãs depende de uma característica física essencial: as suas patas aderentes. Essa adaptação não só permite que cada integrante suporte forças intensas na corrente, mas também garante que uma formiga consiga sustentar até mesmo um pássaro morto pendurado sem escorregar.
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As patas funcionam como ganchos naturais, fixando firmemente o corpo em superfícies e potencializando o trabalho do grupo.
Para os cientistas, observar como esses insetos transformam um desafio físico em uma solução colaborativa pode trazer novas inspirações sobre eficiência coletiva e mostrar que, quando o assunto é trabalho em equipe, as formigas ainda têm muito a ensinar.