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Além de serem mamíferos, o que humanos e cachalotes têm em comum? Segundo um novo estudo da UC Berkeley em parceria com o Project CETI (Cetacean Translation Initiative), os sons emitidos durante a comunicação dessas baleias se assemelham a vogais, elementos essenciais da fala humana.
Assim como a descoberta de duas vogais diferentes – uma semelhante ao “a” e outra ao “i” – os pesquisadores também identificaram vários padrões sonoros parecidos com ditongos. O estudo, publicado em novembro na revista científica Open Mind, traz informações inéditas ao afirmar que os cachalotes “dialogam” entre si por meio da troca controlada desses sons.
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As vogais são sons fundamentais para a comunicação humana. Elas são produzidas pelo nosso aparelho fonador quando não há obstrução de passagem do ar que sai dos pulmões. Nas baleias dentadas, como a cachalote, o caso é diferente: lábios fônicos, órgão que fica próximo ao “nariz” da baleia (espiráculo), são responsáveis pela produção de som.
No esquema acima, é possível ver uma comparação entre os modos de emissão de som de uma cachalote, que parte dos lábios fônicos, e de um humano, que parte das cordas vocais — Foto: Alex Boersma/Open Mind, MIT Press “No passado, os pesquisadores viam a comunicação dos cachalotes como uma espécie de código Morse. No entanto, este artigo mostra que seus chamados são mais parecidos com vogais muito, muito lentas. Isso sugere uma complexidade que se aproxima da linguagem humana” afirma Gašper Beguš, professor da Universidade da Califórnia Berkeley e coautor do estudo, em comunicado.
O Project CETI – equipe com cientistas de diversas áreas que buscam compreender como os cachalotes se comunicam – passou os últimos cinco anos observando e registrando o comportamento desses animais. Com a coleta de dados via etiquetas eletrônicas, boias e drones, Beguš trabalhou com um modelo de inteligência artificial generativa para identificar padrões de sons e estudar tanto a estrutura quanto o significado da comunicação das baleias.
As propriedades acústicas encontradas na comunicação dos cachalotes eram parecidas às percebidas nas vogais humanas por aquelas também variarem em comprimento, tempo, frequência e trajetória. O estudo de combinações de vogais formando ditongos também trouxe uma dimensão mais complexa dos sons desses animais, focando para além dos cliques ou pulsos de alta frequência emitidos por eles.
Para Beguš, a possibilidade de aplicar a linguística à comunicação animal é capaz de remodelar nossa compreensão de linguagem e da própria vida. A decodificação da linguagem dos cachalotes podem levantar questões éticas e morais que distinguem seres humanos de outros animais. Se não isso, o pesquisador acredita que avanços nessa área de pesquisa podem beneficiar esforços tanto de conservação quanto de luta pelos direitos dos animais.
“Nós trocamos mundos interiores por meio da fala, através de vogais e consoantes. Este é um pequeno passo em direção à compreensão dos mundos interiores dos animais, de suas culturas e de suas inteligências, conclui.

há 1 semana
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