Amamentar gera imunidade contra câncer de mama agressivo, diz estudo

há 10 horas 1
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Um novo estudo, publicado na revista científica Nature nesta segunda-feira (20), revela que a amamentação contribui para uma proteção imunológica prolongada em mães, protegendo especialmente com casos de tumores de mama mais agressivos.

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Em entrevista ao The Guardian, Sherene Loi, pesquisadora do Centro de Câncer Peter MacCallum, na Austrália, e autora da pesquisa, ressaltou que a resposta imunológica é "uma das armas terapêuticas mais modernas contra o câncer”.

A equipe percebeu que alguns tipos de câncer de mama apresentavam uma alta concentração dessas células imunológicas especializadas, enquanto outros mostravam pouca presença delas.

Os melhores resultados foram vistos em pacientes que tinham mais células, principalmente nos casos de câncer de mama triplo-negativo — um dos mais agressivos que existem.

O tecido mamário saudável também apresenta células T. Por isso, a equipe queria entender porque essas células imunes estavam nessa região, se elas tinham alguma relação com o período gestacional e com a amamentação. O principal questionamento era sobre a possibilidade dessas células protegerem as mulheres contra a formação e o crescimento do câncer de mama.

Como aconteceu a pesquisa

Os pesquisadores notaram que mulheres que já haviam tido filhos possuíam uma quantidade maior de células T, as quais permanecem por mais de 30 anos após a gestação.

Posteriormente, introduziram células cancerígenas no que seria o tecido mamário de camundongos. Nos animais que foram amamentados e que tiveram filhotes, as células cancerígenas cresceram menos em comparação com camundongos virgens. A equipe eliminou as células T dos camundongos mães e elas deixaram de apresentar resistência ao câncer — indicando que as células imunes são diretamente responsáveis pelo efeito de proteção.

A equipe queria saber se as mulheres que amamentaram tinham mais chances de sobreviver com um câncer de mama triplo-negativo. Para isso, foram analisados os dados de mais de 1.000 pacientes que tiveram filhos antes de serem diagnosticadas com câncer de mama — incluindo o tempo que essas mulheres amamentaram.

Como resultado, descobriram que o enfrentamento do câncer foi melhor em mulheres que amamentaram anteriormente em comparação com aquelas que não amamentaram. Os tumores do corpo dessas mulheres também tinham mais células imunológicas, indicando que existia uma resposta imunológica contínua contra o câncer de mama.

De acordo com a pesquisadora, as informações podem contribuir para a recriação do efeito protetor em mulheres que não possuem filhos ou que não podem amamentar. Ter um conhecimento mais aprofundado sobre os mecanismos biológicos pode colaborar para o desenvolvimento de vacinas e de outros métodos para imitar a proteção imunológica.

No entanto, vale o aviso: a amamentação não serve como garantia para o não desenvolvimento do câncer de mama. Não deixe de fazer exames preventivos e, em caso de quaisquer sintomas, procure um médico.

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