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Dos enigmas de Agatha Christie aos de Arthur Conan Doyle, muitos livros de mistério nos convidam a assumir o papel de detetives. Mais do que descobrir o autor do crime, o gênero nos leva a explorar o que move a mente humana a esconder segredos, ultrapassar limites e praticar crimes cruéis.
Na coluna de setembro, você encontra desde romances de investigação ficcional até livros que revisitam crimes reais do Brasil. É o caso de Tremembé: o presídio dos famosos, no qual o jornalista Ulisses Campbell reconstrói episódios que marcaram o noticiário policial, como os de Suzane von Richthofen, Lindemberg Alves, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Já em Ainda não morri, acompanhamos a saga inventada de uma mulher que precisa solucionar a tentativa de seu próprio assassinato. Confira a lista completa a seguir:
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1. “A Última Sentença”, de Bettina Muradás
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Ambientado em Curitiba, cidade natal da jornalista Bettina Muradás e autora, A Última Sentença acompanha a história de uma promotora pública alvo de uma tentativa de assassinato por conta de sua atuação no combate ao narcotráfico. Após sobreviver ao atentado, ela troca o departamento de crimes pelo de patrimônio público em busca de uma rotina menos perigosa e estressante — mas acaba encontrando justamente o oposto.
Inspirada em mestres do mistério como Agatha Christie, Raymond Chandler e Harlan Coben, Muradás combina suspense e crítica social. Em tom leve e envolvente, a obra apresenta reflexões sobre corrupção na política, além de revelar como funcionam os bastidores de uma grande reportagem.
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, a autora trabalhou no Correio de Notícias, na Agência Umuarama — onde foi responsável pelas publicações internas do Banco Bamerindus — e na Singular Agência de Notícias, especializada em assessoria de imprensa. Hoje, atua como empresária e escritora, além de ser mãe e voluntária no Instituto TMO, que oferece suporte ao Transplante de Medula Óssea.
2. Ainda não morri, de Holly Jackson
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Em Ainda não morri, a jovem Jet, de 27 anos, é brutalmente atacada na noite de Halloween e sofre uma lesão na cabeça. O resultado é grave: a formação de um aneurisma cerebral. Agora, ela tem apenas 7 dias para desvendar a verdade em torno de sua tentativa de assassinato: quem invadiu sua casa e por quê?
A autora da obra, Holly Jackson, é formada na Universidade de Nottingham, onde estudou Linguística Literária e Escrita Criativa, e tem um mestrado em Língua Inglesa. Virou best-seller no New York Times com a série Manual de assassinato para boas garotas, que vendeu milhões de exemplares em todo o mundo e foi adaptada em uma série de sucesso da BBC, distribuída pela Netflix.
3. Tremembé: o presídio dos famosos, de Ulisses Campbell
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O jornalista Ulisses Campbell recorre às técnicas do jornalismo literário — gênero que combina narrativa de ficção com o rigor da apuração — para compor Tremembé: o presídio dos famosos. A obra revela o funcionamento do Complexo Penitenciário de Tremembé, onde já cumpriram pena nomes conhecidos como Robinho, Thiago Brennand, Suzane von Richthofen, Gil Rugai, Lindemberg Alves, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.
Em cada capítulo, o livro traz os mugshots dos detentos, também chamados de “santinhos”: as tradicionais fotos 3x4 tiradas pela polícia e pela administração prisional logo após a prisão. "As imagens costumam capturar o impacto do flagrante: olhos arregalados, expressão abatida, olheiras profundas, hematomas ou, em alguns casos, uma inquietante frieza no olhar", descreve Campbell no prólogo do livro-reportagem.
Mas não só assassinos frios são retratados na obra. O capítulo inicial é inteiramente dedicado à freira madre Maurina, que foi torturada na ditadura militar, e acabou presa em Tremembé, em meio à paisagem bucólica do Vale do Paraíba. O episódio de sua apreensão e exílio forçado gera revolta pelo fato de nem a própria Igreja ter tomado providências. Anos depois, o jardineiro do Lar Santana, orfanato que era dirigido pela beata, morreu vítima de um AVC hemorrágico — uma sequela dos espancamentos ao qual foi submetido pelos militares.
4. Na cena do crime: por trás da fita amarela, de Ricardo Salada
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Abordando casos famosos como o de Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e o Maníaco do Parque, o perito criminal Ricardo Salada mostra os reais bastidores da perícia criminal brasileira em seu livro Na cena do crime: por trás da fita amarela.
O autor, que já esteve à frente de mais de sete mil casos de homicídio, atuou por mais de trinta anos no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e no Núcleo de Crimes Contra a Pessoa do Instituto de Criminalística de São Paulo. Ele nos apresenta vários os dilemas éticos da perícia, assim como a rotina da investigação e as ferramentas diagnósticas utilizadas, como o luminol.
"O caso de Francisco de Assis Pereira [ o Maníaco do Parque], que ainda provoca temor e fascínio, é um lembrete de que a perícia não termina na coleta de vestígios: ela se projeta na prevenção, na análise de riscos e na permanente vigilância sobre o que a mente humana é capaz de conceber", observa Salada, no livro. "Enquanto houver crimes, estaremos presentes, prontos para transformar vestígios em verdades".
5. Eu nunca mais vou te chamar de pai, de Caroline Darian
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Em Eu nunca mais vou te chamar de pai, Caroline Darian compartilha indícios de que foi estuprada pelo próprio pai, o francês Dominique Pelicot, condenado por dopar e estuprar a própria mãe dela, Gisèle Pelicot. Dominique entregava a esposa, inconsciente, a homens de todas as idades. O julgamento dele, iniciado em 2 de setembro de 2024, gerou revolta mundo afora.
Neste livro, a filha do casal narra a história de superação dela e da mãe, que testemunharam juntas contra o agressor. Em novembro de 2020, Darian recebeu uma ligação da polícia, na qual soube que seu pai havia sido preso. A apreensão de seus computadores revelou que, desde 2013, ele drogava sua mãe antes de cometer os abusos.
“Como imaginar o que virá depois de o destino dar um golpe tão forte em sua vida? O colapso de nossa família é como um labirinto onde, por quase dois anos, cada passo abriu uma nova porta para outras revelações terríveis, fragmentos de casos anteriores ao nosso", testemunha a autora.
6. Nós não vamos à igreja, de Frederico Feitoza
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O escritor e jornalista cearense Frederico Feitoza narra em seu novo thriller Nós não vamos à igreja uma série de desaparecimentos de crianças na região da cidade nordestina fictícia de Exu-Mirim. Com isso, o autor explora o fundamentalismo neopentecostal e os diversos fanatismos que assombram a realidade brasileira.
A obra é resultado de um fundo de pesquisa ofertado para artistas não-alemães pelo Senado Cultural de Berlim. O autor afirma, em comunicado da CEPE Editora, que gostaria que o livro fosse lido por todos os tipos de pessoas — incluindo cristãos, católicos e evangélicos.
"Penso que muitos leitores irão somente se divertir, alguns vão conseguir adivinhar o que está acontecendo, a razão das crianças estarem desaparecendo. Outros vão se surpreender ou se chocar com o desfecho, e talvez alguns venham a entender que o livro cumpre uma função importante que é tentar nos acordar do sono fanático", diz Feitoza.
7. HQ Estrada Fantasma, de Jeff Lemire, Gabriel H. Walta e Jordie Bellaire
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Primeiro volume de uma série em quadrinhos, Estrada Fantasma apresenta a jornada de Dom, um caminhoneiro solitário atormentado por um passado trágico. Ele e Birdie, uma vítima de um acidente grave, encontram um artefato misterioso entre os destroços. A partir daí, a realidade se distorce, e eles terão que enfrentar monstros deformados e perigos.
A HQ é assinada por Jeff Lemire, duas vezes vencedor do Schuster Award como melhor quadrinista do Canadá e com passagens pela Marvel e DC. A ilustração é de Gabriel H. Walta, de Absolute Batman e Doutor Estranho, que traz uma ambientação transitória entre o cotidiano melancólico e o terror sobrenatural.
Por fim, a obra conta ainda com o talento da colorista Jordie Bellaire, que atuou em Deadpool, Cavaleiro da Lua e Gavião Arqueiro.
8. O Alquimista de Bastos, de Gabriel Ract - lançamento em 27 de setembro
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Com lançamento em 27 de setembro, O Alquimista de Bastos, do escritor paulistano Gabriel Ract, leva o leitor à França do século 18, onde a alquimia se torna política de Estado.
Disfarçado de estudante, o jornalista britânico Damian Willard chega a Paris com a missão secreta de investigar uma série de desaparecimentos. O mistério envolve alunos do curso de esoterismo de Simon Durant, um mestre enigmático que desafia convicções e seduz até os mais racionais.
"Esse livro é sobre obsessão. É sobre os pensamentos que não param. É sobre as perguntas que corroem a alma. E é sobre os desejos que empurram para além dos limites", escreve Ract em seu perfil no Instagram. "O alquimista de Bastos é uma jornada intensa, que revela como a obsessão pode transformar tudo para o melhor ou para o pior".
9. Coleção Penadinho: Vida, Alma e Lar (Graphic MSP), por Paulo Crumbim e Cristina Eiko - lançamento em 27 de setembro
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Uma proposta um pouco mais leve, mas sem abrir mão do mistério, é a trilogia de HQs Penadinho. Após o lançamento dos primeiros dois volumes, Penadinho: Vida (2015) e Penadinho: Alma (2020), a Editora Panini, em parceria com a MSP Estúdios, lança no dia 27 de setembro Penadinho – Lar.
Na mais nova história do universo de Maurício de Sousa, Cranicola recebe uma missão da Dona Morte, mas o que o fantasma Penadinho não imagina é que o resultado desse trabalho transformará para sempre sua pós-vida.
“Dez anos de uma história sendo contada. Uau! Isso é muita coisa", comenta Paulo Crumbim, que assina a obra junto de Cristina Eiko. "Tantos anos dividindo esse personagem com milhares de leitores é de emocionar. Que essa nova Graphic MSP do Penadinho seja tão especial para cada leitora e leitor quanto é para mim”.
10. Os Gritos, por Tokurō Nukui - lançamento em 30 de setembro
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Os Gritos, um dos grandes clássicos do mistério japonês, chega ao Brasil em 30 de setembro. Publicada originalmente em 1993, a obra de Tokurō Nukui, presidente da Associação de Escritores de Mistério do Japão, já vendeu mais de 600 mil exemplares no país asiático.
Narrado em vozes paralelas em uma caçada de gato e rato, este thriller psicológico nos apresenta de um lado Saeki, chefe da primeira divisão investigativa, e de outro Matsumoto, um homem marcado pelo luto. Enquanto um tenta solucionar uma série de sequestros de meninas em Tóquio, o outro mergulha em uma nova religião que promete alívio espiritual, mas que esconde segredos obscuros.