Virtueyes prepara conectividade via satélite para Internet das Coisas

há 1 semana 3
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 DivulgaçãoCTO do Grupo Virtueyes, Israel Peixoto. Imagem: Divulgação

A empresa brasileira de conectividade Virtueyes está trabalhando para habilitar a tecnologia baseada em redes não terrestres (NTN, na sigla em inglês) na comunicação direta entre satélites e dispositivos para Internet das Coisas (IoT), em locais sem cobertura 4G ou 5G.

O CTO da MVNO, Israel Peixoto, disse em entrevista ao TELETIME que o serviço está previsto para ser lançado comercialmente no Brasil entre o primeiro e o segundo trimestre de 2026. O movimento faz parte de um investimento de R$ 40 milhões voltado à expansão tecnológica da empresa, que ainda não revela qual será a operadora de satélite de baixa órbita (LEO) parceira na oferta da solução. 

Segundo o CTO, o serviço funcionará no modelo direct-to-device (D2D). Peixoto destacou que a tecnologia exigirá dispositivos compatíveis com a release 17 do 3GPP, que institui o padrão de comunicação via satélite para IoT.

Os módulos de hardware compatíveis com a nova tecnologia, segundo ele, estão em fase final de desenvolvimento. "A gente acredita que durante este mês de novembro isso já esteja bem apaziguado para que as empresas provedoras de soluções IoT já possam ter acesso a esses módulos", afirmou.

Já os SIM cards atuais da Virtueyes poderão ser atualizados remotamente para reconhecer a rede satelital como uma opção de roaming. "Os próximos lotes de SIM cards nossos já vão sair com isso configurado", afirmou. "O mesmo equipamento, com o mesmo módulo, enxerga uma rede satelital como se fosse uma estação de roaming".

Segmentos

O lançamento comercial da solução via satélite deve ocorrer após uma fase de testes com clientes selecionados no início de 2026.

Entre os principais setores de interesse estão o agronegócio, a logística e a navegação marítima, que operam em regiões remotas. "O agro tem uma deficiência muito grande de cobertura. Às vezes tem um sensor lá que mede a umidade do solo e precisa mandar um dado uma vez por hora. Essa é a solução que encaixa como uma luva", disse.

A Virtueyes prevê dois modelos de adoção: um voltado a clientes que dependem exclusivamente de conectividade via satélite, e outro para empresas que usarão o NTN como complemento em locais sem cobertura terrestre.

Expectativas

A Virtueyes planeja integrar o tráfego da constelação diretamente ao core network da MVNO, para que o dado trafegue de forma unificada. "Esse é o grande diferencial para você ter uma solução única", afirmou Peixoto.

A estratégia por trás do novo serviço tem a ver com a expectativa da empresa de que o mercado brasileiro possa atingir mais de 13 milhões de dispositivos conectados via NTN até 2032. Para Peixoto, a maturidade da release 17 e a ampliação da oferta de módulos devem reduzir custos e impulsionar o mercado.

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