Trump taxa filmes estrangeiros em 100% e agita cinema

há 1 semana 3
ANUNCIE AQUI

Trump taxa filmes estrangeiros em 100%: a proposta do ex-presidente dos Estados Unidos, anunciada nesta semana, sacudiu a indústria cinematográfica mundial ao prever uma tarifa integral sobre produções importadas que entram no mercado norte-americano.

Se confirmada, a medida pode reduzir o domínio de Hollywood nas bilheterias domésticas e, ao mesmo tempo, abrir espaço para que países reforcem seus próprios catálogos nacionais. Analistas lembram que o Brasil, com 203 milhões de habitantes, registra participação de apenas 11% de filmes locais nas salas de cinema.

Especialistas em economia criativa apontam que a decisão, embora protecionista, provoca um efeito colateral positivo: a discussão sobre soberania cultural. Índia e China são citadas como exemplos bem-sucedidos; a primeira mantém 90% de market share interno, enquanto a segunda limita anualmente a quantidade de longas norte-americanos em cartaz.

No cenário brasileiro, a possível retração de Hollywood expõe tanto desafios quanto oportunidades. Produtores defendem a ampliação de políticas de distribuição, formação de público nas periferias e a criação de plataformas de streaming focadas em conteúdo latino-americano, africano e asiático. Sem um ecossistema robusto, alertam, parcerias internacionais terão impacto limitado.

Estratégias de marketing também entram na pauta. Executivos citam o modelo das novelas, que conquistou audiência massiva ao trabalhar identidade nacional. Para eles, vender cinema brasileiro como entretenimento popular — e não como nicho — seria crucial para competir em novas condições de mercado.

Nos Estados Unidos, a proposta de tarifa ainda depende de aprovação. Entretanto, o movimento já repercute em publicações de referência, como detalhou o The New York Times, que destacou possíveis retaliações da União Europeia e de outros grandes produtores audiovisuais.

Enquanto o desfecho político não ocorre, o debate sobre fortalecimento de cadeias internas de produção ganha força. Distribuidores brasileiros avaliam levar mais sessões a cidades sem salas de exibição e incluir educação audiovisual em escolas para estimular novas gerações de roteiristas, diretoras e atores.

O consenso entre profissionais ouvidos é que, caso Washington feche suas portas, países que historicamente atuaram como meros mercados consumidores precisarão — e poderão — construir seus próprios estúdios, narrativas e sistemas de financiamento.

Para acompanhar a repercussão da medida e outras novidades do setor, visite nossa editoria de Cinema e Séries e fique por dentro das próximas análises e lançamentos.

Crédito da imagem: Montagem/Ken Cedeno/Reuters/Disney Experiences

Ler artigo completo