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As ações da construtora Tenda (TEND3), que já dobraram de valor no ano, registram baixa nesta quinta-feira (9), com investidores repercutindo os dados operacionais da companhia no terceiro trimestre de 2025 divulgados na véspera. Por volta das 10h15, TEND3 tinha desvalorização de 2,99%, a R$ 23,68.
A XP Investimentos considera os dados operacionais da Tenda no 3T25 neutros a ligeiramente negativos, o que deve pesar no desempenho das ações.
Embora as vendas líquidas tenham apresentado um crescimento positivo na base anual, excluindo as unidades Pode Entrar, a corretora acredita que o mercado tinha expectativas mais altas, especialmente em relação ao crescimento dos lançamentos, que podem ter sido afetados pelo adiamento de projetos para o quarto trimestre de 2025.
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O BBI, por sua vez, avaliou os resultados da Tenda (TEND3) como neutros para a tese de investimento.
A casa destacou o crescimento anual de 15% nas vendas, excluindo o programa Pode Entrar, e o avanço da VSO da Alea, que subiu para 35%, embora a VSO da Tenda tenha caído para 26,6% devido a comparações mais difíceis. As transferências bancárias continuaram em crescimento, totalizando R$ 1,1 bilhão, sustentando a geração de caixa, enquanto os distratos de vendas aumentaram para 12,8% das vendas brutas, impulsionados pela Alea.
Na avaliação do Itaú BBA, os resultados operacionais vieram em linha no 3º trimestre , com lançamentos e vendas líquidas ligeiramente abaixo das expectativas do banco, visto que alguns dos projetos presenciais da Tenda previstos para o trimestre foram adiados para o 4º trimestre. No entanto, a transferência de recebíveis para bancos cresceu consideravelmente em relação ao ano anterior.
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Aspectos positivos
Apesar da visão geral negativa a neutra, a XP destaca que o sólido desempenho das vendas da Tenda com novos lançamentos e o VSO resiliente na base trimestral indicam uma demanda forte e contínua, o que deve apoiar a aceleração das vendas no 4T25, à medida que os lançamentos potencialmente aumentam.
Já a Genial Investimentos vê como ponto positivo, o aumento significativo do preço médio de lançamentos, que cresceu 8% em relação ao trimestre anterior, depois de ficar estável por quase dois anos.
Os analistas do BBA, por sua vez, continuam otimistas em relação à Tenda, visto que os negócios presenciais estão registrando vendas sólidas e margens brutas lucrativas, o que deve mais do que compensar as perdas já esperadas da Alea no curto prazo.
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No caminho certo
A Genial Investimentos, por sua vez, avalia que a Tenda se encaminha para atingir o guidance indicado para o ano, especialmente em sua subsidiária Alea, que praticamente chegará no limite inferior do guidance apenas com o reconhecimento dos projetos no Rio Grande do Sul, assinados em julho, mas que devem ser reconhecidos nos próximos meses.
“No entanto, os lançamentos abaixo da expectativa deixaram uma exigência grande para o 4T25 no segmento Tenda. Para atingir o limite inferior do guidance, a companhia deve manter o volume de vendas que obteve neste trimestre e deverá aumentá-lo em aproximadamente 20% para atingir o limite superior.
Segundo analistas, isso exigirá um foco no 4T25 nas vendas de estoques e, muito provavelmente, de aumento de VSO. “Mesmo que não seja impossível atingir o meio do guidance, eles acreditam que o mercado esperava uma folga mais confortável após o resultado deste trimestre, o que deverá pesar na reação da prévia”, explica Genial.
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Recomendação de compra
O BBI aponta que, se a Tenda mantiver seu impulso de ganhos e se firmar como um case de qualidade, a confiança do mercado deve aumentar e os múltiplos melhorar gradualmente, com redução da lacuna de avaliação frente a Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3) potencialmente impulsionada por dividendos mais altos. A casa reitera recomendação de compra para Tenda, com preço-alvo de R$ 30, negociada a um P/L (Preço sobre Lucro) esperado de 4,6 vezes para 2026.
A equipe do BBA também reiterou a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 40, destacando que a avaliação está barata demais para ser ignorada.