Qual quantidade de metanol pode ser fatal para uma pessoa?

há 1 semana 5
ANUNCIE AQUI

A ingestão do álcool industrial metanol, muitas vezes presente em bebidas adulteradas, pode parecer inofensiva nas primeiras horas. Mas o risco é traiçoeiro: em até dois dias, a intoxicação pode evoluir para complicações graves e até irreversíveis, como cegueira, coma e morte.

Segundo o Ministério da Saúde, desde que as denúncias de contaminação pela toxina começaram a surgir na semana passada, o país já soma 43 casos suspeitos. Desses, 39 ocorreram em São Paulo (dez confirmados e 29 ainda em investigação) e os quatro restantes em Pernambuco.

Article Photo

Article Photo

Quanto de metanol pode matar?

De acordo com um relatório do Methanol Institute, uma associação comercial para a indústria global de metanol, a ingestão de apenas 25 a 90 mL da toxina pode ser fatal para uma pessoa, sobretudo se ele não for adequadamente tratamento. Na prática, essa quantia equivale a um pequeno copo de shot.

Bem diferente do etanol, o qual é metabolizado em substâncias processáveis pelo corpo, o metanol se transforma em formaldeído e, depois, em ácido fórmico. Esses compostos altamente venenosos e costumam desencadear uma cascata de danos metabólicos e neurológicos.

Especialistas ouvidos pelo G1 detalham como a intoxicação evolui no organismo:

  • Primeiras 12 horas: os sintomas lembram uma ressaca comum, com náusea, dor abdominal, dor de cabeça e tontura;
  • Entre 12 e 24 horas: surgem os sinais mais graves, como visão borrada, fotofobia e a sensação de enxergar pontos luminosos; e
  • Até 48 horas: a intoxicação atinge seu ponto mais crítico. Nesse estágio, a perda visual pode se tornar irreversível. Além disso, instala-se uma falência sistêmica, com risco de morte elevado. O ácido fórmico compromete o coração, os pulmões e os rins, resultando em colapso orgânico progressivo.

Apesar dos sintomas iniciais possivelmente confundirem o paciente, exames de sangue são capazes de indicar alterações típicas da intoxicação por metanol. E. se diagnosticada a tempo, o quadro pode ser tratado com:

  • Antídotos: fomepizol, que bloqueia a metabolização tóxica, ou etanol farmacêutico;
  • Solução de bicarbonato: para corrigir a acidose; e
  • Hemodiálise: em casos mais graves, para remover rapidamente o metanol e seus metabólitos.

Para a população, a principal orientação dada pelas autoridades de saúde é evitar bebidas de origem duvidosa. Produtos com preços muito baixos, sem lacre ou rótulo, oferecem alto risco.

“Se beber, não dirija, mantenha-se hidratado e bem alimentado”, lembra Alexandre Padilha, ministro da Saúde, em comunicado. “Certifique-se sempre da segurança da origem da bebida.”

Ler artigo completo