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Instalar uma torre tradicional de celular nem sempre é uma tarefa de fácil execução. Em alguns locais turísticos do Brasil, existem regras rigorosas para preservação histórica, ambiental ou arquitetônica. Isso acaba exigindo criatividade por parte de empresas de infraestrutura, que têm que "camuflar" essas antenas.
Esse é o caso da QMC Telecom. Nesta segunda-feira, 29, a empresa anunciou ter atingido a marca de 100 projetos especiais desse tipo concluídos no Brasil. O primeiro deles foi entregue na Reserva do Paiva (PE), em 2015, e o mais recente em Camaçari (BA).
Considerando os projetos já executados no Brasil, a companhia soma mais de 300 sites especiais espalhados por toda a América Latina.
Projetos
À imprensa, a empresa comentou sobre o trabalho executado na cidade mineira de Tiradentes. São mais de 300 mil turistas que passam por ano na cidade que conta com tombamento do conjunto arquitetônico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Para resolver o problema de conectividade no centro do município sem interferir no tombamento, a firma de infraestrutura optou por instalar antenas de celular camufladas no interior do prédio da Secretaria do Turismo local. No último pavimento do casarão histórico, em um cômodo adaptado, as estações rádio base (ERBs) ficaram escondidas.
"Por se tratar de uma iniciativa cuidadosa e com impacto zero no conjunto arquitetônico, a infraestrutura obteve aprovação por parte do Iphan e da Prefeitura, atingindo também o equilíbrio econômico-financeiro entre uma solução de infraestrutura especial e a atratividade comercial para uso das operadoras", disse o presidente da QMC Brasil, Murilo Almeida.
Outro caso citado pela empresa foi em Olinda (PE). Por lá, cerca de um terço da área é tombada pelo Patrimônio Histórico. O objetivo do projeto por lá era a instalação de uma ERB no centro da cidade, em um casarão.
Por conta do tombamento, a edificação (onde hoje funciona uma pousada) não poderia receber uma infraestrutura do tipo rooftop (topo do prédio), "tampouco uma torre, ainda que camuflada, em seu pátio externo", segundo a QMC. Além disso, nenhum quarto poderia ser utilizado para essa finalidade.
Por lá, a solução encontrada foi usar a fachada da pousada para abrigar uma antena camuflada. A ideia recebeu aprovação do Iphan quanto e da Prefeitura.
"Projetos assim chegam a tomar de três a cinco anos, as vezes mais, para se tornar uma realidade; e durante todo esse tempo, um bom investimento é necessário entre anteprojeto, projeto, aprovações diversas e testes de materiais" comentou o executivo.
Infraestrutura camuflada
A QMC Telecom não é a única empresa com projetos para "disfarçar" essas infraestruturas em cidades do Brasil e reduzir os impactos visuais nas cidades.
Em 2023, a operadora de infraestrutura IHS Brasil e a operadora de redes neutras I-Systems (da qual a própria IHS é sócia), anunciaram soluções conjuntas para esse mercado. Um dos exemplos conhecidos é o chamado "banco de conectividade". Trata-se de um concreto para praças e calçadas que pode alimentar antenas de redes móveis. Esse tipo de mobiliário urbano está disponível em Ouro Preto (MG) e na capital do Rio de Janeiro.
Fora do Brasil, essas torres disfarçadas também são realidade. Nos Estados Unidos, a firma de infraestrutura Valmont Industries começou a instalar (ainda em 2021) até mesmo "cactos" que escondiam, por dentro equipamentos com sinal 4G e 5G em Scottsdale, Arizona.