Plataformas de vídeo adotam estratégias para reduzir custo e melhorar a experiência

há 1 semana 6
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Plataformas de vídeo estão acelerando o uso de inteligência artificial, canais FAST, agregação de serviços e otimização de infraestrutura de distribuição para reduzir custos e melhorar a experiência do usuário. As estratégias incluem motores próprios de recomendação, sistemas de publicidade dinâmica inserida na cena, regionalização de conteúdo e redução de latência por meio de CDNs e playout precisos. As avaliações foram apresentadas por executivos de Claro TV+, Sky, Encompass e Google durante debate do Streaming Academy, evento realizado pela Abotts em São Paulo ontem, 12.

Infraestrutura e segurança para operação global de FAST

O diretor da Encompass, Gabriel Eglis, descreveu sua operação, baseada em processamento distribuído em três continentes, com “mais de um milhão de horas de armazenamento”, cerca de “1.800 canais” e “mais de 6.000 horas por dia” de streaming em cloud, monitoradas integralmente em regime 24×7. Ele disse que cada rede é isolada para segurança: “Um cliente nunca pode acessar o conteúdo de outro”.

O modelo FAST exige precisão no playout para monetização publicitária: “O Fast é totalmente baseado em anúncios, então você tem que ter um playout muito seguro e preciso para inserir os anúncios no ponto certo”. Para manter disponibilidade e reduzir custos, a Encompass opera com firewalls dedicados, acordos com CDNs e fornecedores.

Agregação, bundles e IA de recomendação

Na Claro TV+, André Nava afirmou que a companhia migrou de soluções de mercado para um motor próprio de recomendação, o Smart Content, após desempenho superior. “Tínhamos 15% das buscas sem resultado. Agora, 100% retornam”, disse. O tempo total assistido a partir da busca aumentou “30%”, segundo o executivo, que descreveu a plataforma como container que reúne canais lineares e streamings, com produtos que incluem “seis streamings, mais um com mais de 100 canais”.

Nava também detalhou a importância da linguagem semântica na descoberta de conteúdo. A recomendação passou a ser baseada em análise contextual, reforçada pelo uso de dados da jornada de consumo e experiências convergentes com banda larga e atendimento digital.

Pela Sky+, André Nardi explicou a estratégia de combinar IA com curadoria humana para evitar recomendações mecânicas. “A IA é uma ferramenta, mas utilizamos as pessoas da Sky para validação e curadoria dos principais conteúdos”, afirmou. Ele destacou ainda a regionalização de afiliadas e políticas de latência abaixo de três segundos para evitar abandono do vídeo.

IA na publicidade e novos formatos dinâmicos

Representando o Google, Bruno Lopes descreveu mecanismos de inserção dinâmica baseados em IA que permitem alterar elementos dentro da própria cena. “Aquele painel que está no fundo pode ser segmentado por usuário”, explicou, mencionando a possibilidade de trocar objetos e até “inserir a cena inteira”, dependendo das regras de cada país.

Lopes também apresentou o SDAI, formato que combina inserção client-side e server-side para eventos ao vivo. A tecnologia reduz custos, latência e buffering, e viabiliza novas composições visuais, como double box e L-banner. Os dados de audiência usados pelo Ad Manager permanecem anônimos: “Eles são todos anônimos. A gente não tem acesso aos dados daquele usuário”.

Jornada, usabilidade e combate à pirataria

Nardi, da Sky+, afirmou que a combinação entre empacotamento flexível, latência baixa e experiência consistente é decisiva para retenção. Ele destacou que o streaming permite recuperar usuários afastados da TV paga: “Temos a oportunidade de trazer de volta o cliente para o nosso serviço”.

Eglis, da Encompass, ressaltou o papel da segurança, enquanto Nava definiu “jornada” como foco central da Claro no curto prazo, incluindo migração de base legada e adoção de self-care. O tema da pirataria apareceu como variável crítica de preço e qualidade, reforçando a necessidade de infraestrutura distribuída e conteúdo regional.

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