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Inseridas em segmentos diferentes da economia, Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3) não competem entre si. No entanto, as ações das duas gigantes têm algo em comum: ambas são procuradas por investidores que buscam viver de renda, por terem um histórico robusto de pagamento de dividendos. Mas, afinal, quem paga mais dividendos: Petrobras ou Banco do Brasil?
Leonardo Andreoli, analista da Hike Capital, enxerga as duas ações como boas opções para uma carteira focada em renda variável, mas o risco de intervenção do governo em decisões estratégicas é compartilhado. “Petrobras combina fundamentos operacionais sólidos e uma base de ativos de classe mundial, ao mesmo tempo em que carrega incertezas políticas que pesam sobre sua precificação”.
Já o BB “se posiciona como uma instituição sólida, com balanço robusto e indicadores de capital favoráveis no contexto atual de juros elevados, que favorecem a margem financeira”, segundo Andreoli.
PETR4 x BBAS3: quem pagou mais dividendos?
Quem investiu na Petrobras teve retorno maior com dividendos nos últimos 10 anos. Desde 30 de setembro de 2015, o retorno anual médio com dividendos da petroleira foi de 10,8% contra 9% do Banco do Brasil.
Levantamento de Andreoli, feito a pedido do InfoMoney, mostra que R$ 10 mil investidos em PETR4 se transformaram em R$ 171.938 quando os dividendos foram reinvestidos. Em BBAS3, o retorno dessa estratégia seria de R$ 56.238.
A vantagem é da Petrobras também na análise dos últimos cinco anos. Com reinvestimento de dividendos, R$ 10 mil se tornaram R$ 58.141 na ação da petroleira. No banco, o retorno foi menor de R$ 23.036.
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Andreoli explica que os dividendos robustos da Petrobras foram pagos nos últimos anos depois de um rigoroso processo de desalavancagem e foco em eficiência operacional. O movimento permitiu que a estatal recuperasse margens e ampliasse a geração de caixa após enfrentar graves crises de governança e níveis elevados de endividamento.
Na história mais recente, a Petrobras vem apresentando resultados “consistentes, sustentados pela produção crescente no pré-sal e pelo controle de custos, além de manter a geração de caixa em níveis elevados mesmo em um ambiente de maior volatilidade do petróleo”, destaca Andreoli.
Já o Banco do Brasil atravessou, nos últimos anos, processo de “fortalecimento relevante, consolidando-se como uma das principais instituições financeiras do País, com ganhos de eficiência, diversificação de receitas e rentabilidade em linha ou superior a pares privados, mesmo em diversos momentos”” diz Leonardo Andreoli.O analista destaca o crescimento “consistente” do lucro líquido da companhia nos últimos trimestres e a distribuição “expressiva” de dividendos. Para ele, a eficiência operacional da companhia melhorou com o uso de tecnologia e digitalização, mas o papel ainda carrega um componente de risco associado à sua natureza estatal, “já que decisões de crédito e de dividendos podem, em determinados momentos, ser influenciadas por diretrizes governamentais”.