Omdia: Brasil mantém fôlego no 4G e 5G, mas avanço no interior ainda depende de investimentos

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Em coletiva de imprensa durante o Futurecom, Ari Lopes, gerente sênior de Service Providers Americas da Omdia, destacou a expansão do 4G e do 5G, no Brasil, segue em ritmo desigual, principalmente no interior do país, e regiões como Amazônia e Mato Grosso ainda apresentam lacunas significativas de cobertura.

 Coletiva de imprensa com Ari Lopes, da Omdia, sobre conectividade no interior do Brasil e mercado do 4G e do 5GFoto: Coletiva de imprensa com Ari Lopes, da Omdia, sobre conectividade no interior do Brasil e mercado do 4G e do 5G

Questionado sobre a diferença entre o desempenho das tecnologias, Lopes afirmou que o 5G tem avançado de forma mais lenta do que o 4G em seus primeiros anos. “Até agora, o 5G foi muito mais um exercício de construção de rede do que de inovação em serviços. Ainda não trouxe impacto relevante na receita das operadoras”, avaliou. Ele acrescentou que, embora Claro e Vivo tenham iniciado serviços de cloud gaming em algumas regiões, o setor precisa acelerar a oferta de novos produtos para gerar valor.

Em relação à conectividade em áreas remotas, como o interior do Mato Grosso, Lopes citou que o avanço depende tanto das obrigações regulatórias impostas pela Anatel nos leilões quanto da atuação de prestadoras regionais. “A Brisanet, por exemplo, comprou licença no leilão do 5G para o Centro-Oeste e tem buscado parcerias com ISPs locais para oferecer internet móvel em cidades onde antes havia carência de cobertura”, disse.

O executivo também comentou a diferença entre a concorrência no Brasil e em outros países da região. Enquanto mercados como Chile vivem uma guerra de preços que reduziu drasticamente a rentabilidade, o Brasil conseguiu recuperar margens operacionais, especialmente no segmento móvel. “As três principais operadoras brasileiras operam com margens de EBITDA acima de 45%. Essa situação abre uma janela de oportunidade para que invistam em inovação e novos serviços”, destacou.

Sobre o mercado de banda larga fixa, Lopes lembrou que a competição é mais fragmentada. Embora Vivo, Claro e TIM detenham cerca de 45% do mercado, milhares de ISPs respondem pelo restante. Esse cenário mantém os preços baixos e pressiona a rentabilidade, o que pode acelerar a consolidação entre pequenos provedores nos próximos anos.

O gerente da Omdia também abordou o futuro das novas receitas, como inteligência artificial e nuvem, mas ponderou que, até agora, os casos mais frequentes são voltados à redução de custos internos e eficiência operacional, e não à criação de receitas adicionais.

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