Mulher que ficou cega por suspeita de intoxicação com metanol tem quadro atualizado em SP; 3ª morte é confirmada Mulher que ficou cega por suspeita de intoxicação com metanol deixa UTI em SP; 3ª morte é confirmada (Reprodução/TV Globo)

Ao g1, a irmã dela, Lalita Domingos, informou que ainda não há previsão de alta. “O oftalmologista entrou com tratamentos para reverter o quadro da visão, mas ela (visão) permanece comprometida. Estamos na expectativa de que algo mude”, relatou.

Radharani bebeu três caipirinhas de frutas vermelhas com maracujá e vodka em um estabelecimento na Alameda Lorena, no bairro Jardim Paulista. O local teve cerca de 100 garrafas de bebidas destiladas apreendidas em uma operação feita pela Polícia Civil, pelo Centro de Vigilância Sanitária do Estado e pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Prefeitura.

Um auto de infração foi lavrado contra o comércio, segundo a Secretaria da Saúde do Estado. Porém, o UOL noticiou que o bar continua servindo as bebidas e garante que a situação foi controlada. “Tudo foi levado, deletado. O que está aqui é seguro, pode pedir”, disse um garçom.

Rhadarani foi uma das jovens que relatou a perda de visão após o consumo de bebidas alcóolicas (Foto: Reprodução/TV Globo)

O funcionário, por sua vez, reconheceu o medo dos clientes na possível contaminação. “O pessoal está com medo, e eu entendo. Eu, como vendedor, também fico com receio”, ponderou. Outro estabelecimento da região, que não foi alvo de fiscalização, tentava vender os drinques em meio aos casos de intoxicação.

De acordo com a publicação, havia apenas um casal com bebidas na mesa. “Eles também me perguntaram sobre o metanol [responsável pela suposta intoxicação], mas estão ali tomando”, contou um garçom. “Aqui está tudo certo. Pode pedir sem medo”, acrescentou ele, aos risos.

3ª morte é confirmada em SP

O governo de São Paulo confirmou, nesta segunda (29), a terceira morte por consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. A vítima é um homem de 45 anos que morreu no dia 28 de setembro, em São Bernardo do Campo.

Também na região do ABC paulista faleceu um homem de de 58 anos, em 24 de setembro, que chegou a receber atendimento no Hospital de Urgência da cidade. Já no bairro da Mooca, na zona leste, houve a morte de um homem de 54 anos.

Ele apresentou sintomas em 9 de setembro e morreu no dia 15, mas apenas agora o caso foi associado à onda de intoxicações. Um quarto óbito por metanol é investigado, portanto, ainda não se sabe como ocorreu a intoxicação. Um quinto caso foi descartado.

Desde o início do ano, o estado de São Paulo registrou 14 casos suspeitos de intoxicação por metanol. Dez deles foram computados neste mês de setembro, o que reforça a hipótese de contaminação recente.

O caso mais grave é o de Rafael dos Anjos Martins Silva, de 26 anos, que deu entrada no Hospital Geral do Grajaú (HGG) no dia 1° de setembro. De acordo com o boletim de ocorrência, ele teria ingerido uma quantidade maior de uma garrafa de gin adquirida em um estabelecimento próximo à sua casa na noite anterior. O rapaz está em coma.

Rafael está em coma desde 1º de setembro (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Operação policial

Policiais integrantes do Centro de Vigilância Sanitária do estado e da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da prefeitura realizaram uma fiscalização em três bares da capital paulista, localizados nos Jardins, na zona oeste, e na Mooca, na zona leste, na tarde desta segunda-feira (29).

Segundo o governo de SP, nos três estabelecimentos foram apreendidas 117 garrafas de bebidas sem rótulos e sem comprovação de procedência, que serão encaminhadas à perícia no Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico-Científica. Dois deles foram autuados por irregularidades sanitárias.

A recomendação do Centro de Vigilância Sanitária do estado de SP é que bares, empresas e demais estabelecimentos redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos, e que a população adquira apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal. Também foi sugerido evitar opções de origem duvidosa, prevenindo casos de intoxicação que podem colocar a vida em risco.

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