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Em entrevista ao "Fantástico" deste domingo (23), Nívia Estevam desabafou sobre o filho de 10 anos ter tido dois dedos decepados em escola portuguesa, e compartilhou mensagens que recebeu da professora dele. Ela relatou xenofobia e descaso em atendimento.
Nívia Estevam, mãe do menino de 10 anos que teve dois dedos decepados em Portugal, compartilhou as mensagens que recebeu da professora do filho. Em entrevista ao “Fantástico”, divulgada neste domingo (23), a brasileira desabafou sobre o caso, e disse que só soube que a criança estava sem as pontas dos dedos pouco antes de chegar ao hospital.
O caso aconteceu no dia 10 de novembro, na Escola Básica de Fonte Coberta, em Cinfães. O filho de Nívia entrou na instituição em setembro, quando se inicia o ano letivo na Europa. À mãe, José Lucas se queixou de que um colega dizia que ele não sabia falar português e que era para ele “aprender a falar direito”. Ele também afirmou que sofria puxões de cabelo e chutes.
Ao menino, segundo a família, a professora dizia: “Não seja mentiroso, você tem que ser um menino bom“. Nívia só conseguiu uma prova física no dia 5 de novembro, quando o garoto chegou em casa com o pescoço roxo. Ela enviou uma foto para a escola, apontando que não toleraria “nenhum tipo de agressão” contra seu filho e exigindo uma atitude diante da situação. “Amanhã, vou falar com eles“, respondeu a docente.
No entanto, cinco dias após a conversa com a professora, ocorreu a agressão que provocou a amputação das pontas dos dedos do menino. “Foi um incidente que podia ter acontecido com qualquer menino e ninguém teve intenção de magoar o José. Estavam brincando“, escreveu a educadora.
Mensagens da professora enviadas à Nívia Estevam. (Foto: Reprodução/TV Globo)A agressão aconteceu no momento da merenda. Duas crianças entraram atrás de José Lucas no banheiro. À mãe, ele relatou que as crianças, “na intenção de amedrontar ele, fecharam a porta e ficaram ali segurando”. A mão esquerda do menino estava no vão e acabou presa.
Nívia foi informada sobre o ocorrido por volta das 10h30, Ao perguntar ser era algo grave, a professora disse: “Não, não foi tão grave“. A brasileira chegou à escola cinco minutos após a ligação. Ao vê-la, a educadora teria dito repetidamente que tinha sido “só uma brincadeira”.
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Racismo e xenofobia
De acordo com Nívia, eles esperaram 40 minutos por uma ambulância, que os levou para um hospital a mais de 100 km. Ela só soube que o filho estava sem as pontas dos dedos, indicador e médio, quando um funcionário da ambulância as entregou em uma luva, cinco minutos antes de chegar ao hospital. O quadro, segundo os médicos, era irreversível.
Para a advogada de Nívia, a escola “falhou grandemente” e ela pedirá indenização. “A partir do momento que ele atravessa aquela porta, ele é, sim, responsabilidade daquela escola. Tanto quem agride quanto quem é agredido“, disse Catarina Zuccaro.
A brasileira também relatou que ao buscar a polícia, teria tido seu depoimento interrompido pelo delegado. “Ele bateu assim na mesa, chegou bem próximo de mim e disse: ‘Não vou aceitar que você fale isso aqui. Em Portugal, não existe nem racismo nem xenofobia’“, contou. Para ela, ambas discriminações motivaram a violência contra seu filho.
Assista à reportagem:
Mãe de menino brasileiro que teve os dedos decepados em Portugal faz forte desabafo, e expõe mensagens da professora parte 1 pic.twitter.com/hG8lzV14UC
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) November 24, 2025
Mãe de menino brasileiro que teve os dedos decepados em Portugal faz forte desabafo, e expõe mensagens da professora parte 2 pic.twitter.com/x4Q5zShUgy
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) November 24, 2025
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