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Lupita Nyong’o falou à CNN África sobre sua carreira após ganhar o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por "12 Anos de Escravidão", relatando os desafios e expectativas que enfrentou no mercado cinematográfico depois da premiação.
Lupita Nyong’o fez um desabafo sobre sua carreira após conquistar o Oscar. Em entrevista à CNN África, publicada neste sábado (22), a artista contou que, apesar de levar a estatueta para casa como Melhor Atriz Coadjuvante por “12 Anos de Escravidão”, os convites que recebeu depois da premiação se limitaram a papéis de mulheres escravizadas.
“Ganhar um Oscar aconteceu no início da minha carreira. Foi pelo primeiro filme que eu fiz. Então, realmente estabeleceu o ritmo de tudo o que fiz desde então. O que é muito interessante é que, depois que ganhei o Oscar, você pensaria: ‘Ah, agora vou conseguir papéis principais aqui e ali’. Mas era: ‘Ah, Lupita. Gostaríamos que você fizesse outro filme em que você é uma escrava, mas desta vez você está em um navio negreiro’. Esses eram os tipos de ofertas que eu recebia nos meses após ganhar meu Oscar”, pontuou.
Nyong’o descreveu esse período como “delicado”, com expectativas externas pesando sobre sua carreira: “Havia expectativas sobre mim e minha carreira. Surgiram textos analisando se este era o começo ou o fim da carreira dessa mulher africana. Eu tive que me calar diante de todos esses opinadores porque, no fim das contas, eu não sou uma teoria, sou uma pessoa de verdade”.
Lupita Nyong’o em entrevista à CNN África. (Foto: Reprodução/CNN)Nyong’o completou: “Gosto de ser uma guerreira alegre, mudando os paradigmas do que significa ser africana. Se isso significa trabalhar um emprego a menos por ano para garantir que eu não estou perpetuando estereótipos que se espera das pessoas do meu continente, então que assim seja”.
Após o Oscar, a estrela migrou para outras produções, como Maz Kanata em “Star Wars: O Despertar da Força” e “Pantera Negra”. Entre outros trabalhos notáveis, estão “Rainha de Katwe”, “Nós (Us)” e “Um Lugar Silencioso: Dia Um”.
Em “Pantera Negra”, Lupita trabalhou ao lado de Chadwick Boseman e Michael B. Jordan (Foto: Getty)Em entrevista ao podcast “What Now? With Trevor Noah”, exibido em 2024, Lupita contou que enfrentou pressão para perder o sotaque queniano a fim de se encaixar como atriz estadunidense e assumir papéis em Hollywood. Ela descreveu essa fase como dolorosa.
“A primeira permissão que me dei para mudar meu sotaque ou permitir que ele se transformasse foi quando entrei na escola de teatro. Fui para a escola de teatro, porque não queria ser apenas uma atriz instintiva. Queria entender meu instrumento. Queria saber no que eu era boa, no que não era e trabalhar nas coisas em que não era boa. E uma das coisas em que eu não era boa eram sotaques”, relembrou.
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Segundo a atriz, ela viveu a fase como uma “traição”. “O processo de decidir: ‘OK, vou começar a trabalhar no meu sotaque estadunidense e não vou me permitir soar queniana’, monitorando e realmente tentando entender minha boca de forma técnica para produzir esses novos sons… Fazer esses novos sons em um contexto que não era a sala de aula parecia uma traição. Sabe, eu não me sentia eu mesma e chorei muitas noites até pegar no sono”, concluiu.
Assista:
Lupita Nyong’o diz que, após Oscar, só recebeu ofertas para repetir papéis de mulheres escravizadas pic.twitter.com/UuKzu12mCx
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) November 24, 2025
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