Juros futuros recuam após o IPCA abaixo do esperado

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Juros Futuros

O cenário de incertezas fiscais e queda da inflação elevaram o juro real brasileiro e uma categoria de títulos premium pode se beneficiar disso (Imagem: inkdrop)

As taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam a sessão desta quinta-feira (9) em queda, na contramão do desempenho dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries, após a inflação brasileira ficar abaixo do esperado em setembro.

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No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 13,39%, em baixa de 11 pontos-base ante o ajuste de 13,502% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2029 marcava 13,34%, ante o ajuste de 13,442%.

Entre os contratos longos, o contrato para janeiro de 2035 tinha taxa de 13,705%, em baixa de 5 pontos-base ante 13,755%.

No exterior, às 16h35 (horário de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 1 ponto-base, a 4,14%, na esteira de um leilão de títulos de 30 anos do Tesouro norte-americano.

O que movimentou os DIs hoje?

Os juros futuros reagiram à inflação de setembro, que veio abaixo do esperado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,48%, após deflação de 0,11% em agosto, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A alta acumulada em 12 meses passou de 5,13% em agosto para a 5,17%, afastando-se do teto da meta contínua do Banco Central (BC) — de 3,0%, medida pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Apesar dos avanços, os números ficaram abaixo das expectativas. De acordo com os economistas ouvidos pela Reuters, o IPCA registraria alta de 0,52% no mês e de 5,22% em 12 meses.

Além do resultado cheio abaixo do esperado, a abertura do indicador trouxe uma série de dados favoráveis. A inflação de serviços foi de 0,13% em setembro, abaixo do 0,39% de agosto, enquanto a taxa de aumento dos bens industriais foi de 0,05% no mês passado, contra 0,17% um mês antes, conforme cálculos do banco BMG.

A média dos núcleos de inflação subiu 0,19% em setembro, ante 0,30% em agosto, ainda de acordo com o banco.

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Em geral, os economistas avaliaram que o resultado do IPCA não altera a perspectiva de taxa de juros, a Selic, em 15% no final do ano.

Os investidores ainda se mantiveram atentos à Brasília. Isso porque a Câmara dos Deputados retirou de pauta a Medida Provisória (MP) 1.303, que tratava da taxação de aplicações, na sessão de ontem (8) — o que levou à perda de validade da principal proposta de ajuste das contas do Executivo.

Na prática, o texto foi rejeitado sem sequer ter tido o mérito analisado. A MP teria impacto fiscal de R$ 14,8 bilhões em 2025 e de R$ 36,2 bilhões em 2026, considerando as novas receitas previstas e os cortes de despesas, conforme o Ministério da Fazenda.

Em entrevista à rádio Piatã, da Bahia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que discutirá na próxima semana como o sistema financeiro, especialmente as fintechs, pode pagar o imposto devido, após a queda da MP.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também afirmou que apresentará a Lula várias alternativas à MP derrotada no Congresso.

A curva de juros também reagiu a novas declarações de membros do BC.

Em evento em São Paulo, o diretor de Política Monetária​, Nilton José David, reiterou a mensagem de manutenção da Selic em 15% por um período prolongado, para reconduzir a inflação à meta. Ao mesmo tempo, ele afirmou que a instituição não terá “nenhum problema” em subir novamente os juros se necessário.

Perto do fechamento da sessão a curva brasileira precificava em 100% a probabilidade de manutenção da Selic em 15% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no início de novembro.

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*Com informações de Reuters

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