Jovem neozelandês perde parte do intestino após engolir quase 200 ímãs

há 1 mês 7
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Um garoto de 13 anos da Nova Zelândia precisou passar por uma cirurgia de emergência para remover parte do intestino após engolir quase 200 ímãs de neodímio (um material metálico extremamente potente e perigoso ao organismo). O caso foi detalhado em um estudo publicado nesta sexta-feira (24) no periódico The New Zealand Medical Journal.

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O procedimento foi realizado no Hospital Tauranga, na Ilha Norte. Exames de raio-X indicaram a presença de quatro longas cadeias de ímãs em diferentes seções do intestino. Durante a cirurgia de retirada do material, descobriu-se que os ímãs haviam se conectado entre as paredes do órgão, comprimindo tecidos, bloqueando a circulação sanguínea e resultando em uma extensa necrose por pressão.

Apesar do susto e da gravidade do quadro, o menino teve um pós-operatório tranquilo e se recuperou bem. Tanto é que, oito dias depois da realização do procedimento, ele já recebeu alta e pôde voltar para casa.

Perigo vendido como brinquedo

Os ímãs de neodímio (também chamados de “ímãs de terras raras”) são até 50 vezes mais potentes do que os ímãs comuns, feitos de metais ferromagnéticos, como ferro, cobalto e níquel. Quando produzidos no molde de pequenas esferas coloridas, eles se tornam visualmente atraentes e passam a ser comercializados como brinquedos antistress.

Mesmo após a proibição permanente da venda desses produtos na Nova Zelândia em 2013, muitos continuam disponíveis em mercados online internacionais. O adolescente envolvido no caso, inclusive, relatou ter adquirido os ímãs por meio da plataforma Temu, o que evidencia as falhas na fiscalização de importações digitais.

 Lekamalage et al. As cadeias magnéticas encontradas no abdômen do adolescente em bandeja no centro cirúrgico do Hospital Tauranga — Foto: Lekamalage et al.

“É alarmante o quão difícil é realmente fazer cumprir a proibição na Nova Zelândia”, afirma Alex Sims, pesquisador de direito comercial da Universidade de Auckland, em entrevista ao portal Science Alert. “Os pais não devem permitir que seus filhos comprem itens sem supervisão em nenhum mercado online; todas as compras devem ser feitas ou ao menos supervisionadas pelos responsáveis.”

Risco amplificado pelas redes sociais

Além da venda irregular, as autoridades locais apontam uma nova ameaça: tendências perigosas nas redes sociais em que jovens são encorajados a usar ímãs para simular piercings na língua, no nariz ou nos lábios. Esses desafios frequentemente resultam na ingestão acidental dos objetos, bem como em suas consequências graves.

Casos semelhantes têm se repetido. Em 2024, uma jovem neozelandesa precisou de cirurgia de emergência após engolir dois ímãs durante uma festa. Os objetos ficaram presos em partes diferentes do sistema digestivo, mas conectaram-se magneticamente pelas paredes do estômago e do intestino, causando uma ruptura.

De acordo com os médicos, o tempo é um fator crucial nesses casos. Mais de 75% das crianças que ingerem ímãs precisam de intervenção cirúrgica ou endoscópica. Por isso, se houver suspeita de ingestão, os especialistas recomendam procurar atendimento hospitalar imediato.

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