Jovem em coma por suspeita de intoxicação com metanol tem quadro atualizado pela mãe, que desabafa Jovem que está em coma por suspeita de intoxicação com metanol tem quadro atualizado pela mãe (Reprodução/Arquivo Pessoal)

Nesta quarta-feira (1º), Helena informou ao g1 que o filho segue na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Osasco, na Grande SP, respirando pelo ventilador e não tem fluxo sanguíneo cerebral.

“Não houve nenhuma alteração no quadro dele. Continua muito crítico. Eu ‘moro’ aqui com ele [no hospital], e Rafael está muito instável. A união da família é o que nos mantém”, desabafou ela.

A principal suspeita das autoridades é que a bebida alcóolica consumida por Rafael e outros três amigos estivesse adulterada com metanol. Um inquérito policial foi aberto para investigar o caso. Na adega, foram apreendidas as duas garrafas consumidas e outras 14 lacradas, que foram encaminhadas à perícia.

Governo de SP já registrou 22 casos de intoxicação por metanol (Foto: Reprodução/TV Globo)

Ao “Fantástico“, o auxiliar de produção Diogo Marques de Sousa, que é amigo de Rafael, contou que eles compraram os produtos no estabelecimento próximo à casa deles. O rapaz destacou que eles não desconfiaram de irregularidades.

“Eu acordei desesperado, porque abri o olho e não estava enxergando nada. [Estava] tudo preto e uma dor de cabeça muito forte”, relatou Diogo. Horas depois, Rafael e uma das amigas começaram a se sentir mal, apresentando sintomas como dor de cabeça intensa, confusão mental e problemas de visão.

Ele foi levado imediatamente ao hospital, onde passou por procedimentos para remoção da toxina do sangue, mas os danos já tinham atingido o cérebro e o nervo óptico. Em um áudio, o jovem revelou os primeiros sinais da intoxicação. “Está tudo rodando, parece que estou com a pressão baixa, sei lá”, disse.

Estabelecimento continua aberto

O Empório Santos, local onde as bebidas foram compradas segue aberto, mas sem a venda de produtos da mesma marca dos que foram apreendidos pela Polícia Civil. O estabelecimento fica na avenida João Goulart, na Cidade Dutra, zona sul da capital.

De acordo com o UOL, clientes frequentaram o comércio normalmente. No entanto, não foi constatada a venda de bebidas alcoólicas destiladas ou pessoas consumindo produtos no local. Apenas uma mulher que saiu bebendo uma cerveja long neck.

“Não temos nenhum envolvimento com bebidas adulteradas”, declarou o Empório em comunicado. A adega também desejou uma rápida recuperação às vítimas de intoxicação por metanol e afirmou esperar “que tudo seja esclarecido o mais rápido possível”.

Outros três estabelecimentos foram interditados nesta quarta, em SP e na região metropolitana. Um bar está localizado na Alameda Lorena, nos Jardins, um na Mooca, zona leste, e outro em São Bernardo do Campo. Todos eles tiveram bebidas com suspeita de adulteração apreendidas pela Vigilância Sanitária municipal.

Operação policial

Conforme a Secretaria da Segurança Pública, mais de 800 garrafas de bebidas alcoólicas foram apreendidas durante fiscalizações realizadas na capital paulista entre esta segunda (29) e terça-feira (30), por policiais do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania.

Governo de SP anunciou cinco mortes relacionadas ao consumo de metanol (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Os produtos foram encaminhados para análise no Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico-Científica, enquanto os responsáveis pelos comércios prestaram esclarecimentos na sede do Departamento.

Em Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana, a polícia apreendeu 80 garrafas de bebidas alcoólicas diversas com indícios de adulteração e falsificação em uma adega. Os proprietários do local são investigados. Já em Americana, uma ação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) resultou na detenção de duas pessoas e mais de 17,7 mil bebidas apreendidas.

Segundo o governo de SP, 22 casos relacionados à intoxicação por metanol já foram registrados. Sete foram confirmados e 15 estão em investigação. Do total, cinco casos resultaram em mortes, informou a Secretaria Estadual de Saúde.

Dos óbitos, está confirmado que um tem relação com a ingestão de bebidas alcoólicas. Os outros quatro estão em apuração. O protocolo de investigação prevê coleta de sangue ou urina, análise laboratorial e, depois, investigação sobre as condições da ingestão.

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