João Gomes expõe episódio de preconceito ao pedir água em ensaio antes da fama: “Foi isso mesmo?” João Gomes expõe episódio de preconceito ao pedir água em ensaio antes da fama: “Foi isso mesmo?”

há 13 horas 1

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João Gomes falou à GQ Brasil sobre os preconceitos que enfrentou antes da fama, refletiu sobre terapia, carreira e novos projetos após vencer o Grammy. O cantor explicou como ressignificou sua trajetória e planeja o futuro na música.

João Gomes abriu o coração sobre os preconceitos que sofreu antes de estourar na música e ganhar seu mais recente Grammy Latino. Nesta segunda-feira (24), o Rei do Piseiro foi eleito o “Homem do Ano na Música” pelo Men of The Year, da GQ Brasil. Em entrevista, ele relembrou episódios que marcaram sua trajetória e contou como precisou fazer uma “reeducação emocional” para lidar com a fama.

Durante a conversa, João falou de momentos que viveu longe dos holofotes, quando ainda caminhava pelas ruas de forma anônima. Na época, ele contou que enfrentava comentários preconceituosos relacionados à sua origem. Em uma das situações, o cantor pediu água durante um ensaio e ouviu a insinuação de que nordestinos “deveriam estar acostumados” ao calor e à sede.

“Pensei: ‘Caramba, velho, foi isso mesmo?’. A gente precisa fazer a nossa parte através da música e ganhar nosso espaço, assim como Gonzagão fez. Mas sempre foi difícil. Sempre vão nos menosprezar por causa da ignorância. As pessoas pensam que, de onde viemos, é só mato. Então, devemos continuar falando de coisas positivas’”, relatou.

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O artista reforçou que, embora hoje esteja no topo, ritmos como piseiro e forró ainda carregam estigmas: “A gente começa a entender que é instrumento, né? Muitas pessoas verão nisso uma possibilidade, vão fazer piseiro, forró… Dois ritmos que até hoje sofrem muito preconceito”.

Na entrevista, João também comentou o processo de reorganização emocional vivido no último ano. Ele disse que retomou a terapia e buscou acompanhamento psiquiátrico para encarar a rotina com mais calma e a relativizar a pressão externa. “Consegui ter outro sentimento neste final de ano. Ano passado estava muito mais preocupado, aflito”, afirmou. Ele contou que esse equilíbrio tem ajudado inclusive na criação artística, em novas composições e em uma segurança que ele não tinha no início da fama.

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O músico ainda afirmou que 2026 será um ano de novas experimentações, tanto na música quanto na escrita. Ele comprou um escritório no Recife, apelidado de “cantinho da criatividade”, onde trabalha com o coletivo Delírio, a mesma equipe que esteve por trás de “Dominguinho”. Nesse espaço ele que pretende guardar seu Grammy e concluir o livro de poemas que planeja lançar. “Estou em uma vibe muito positiva sobre o meu futuro. Sinto que tem um bocado de coração conectado ao meu”, comemorou. Ele merece demais!

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