ISPs e o dilema de avançar na oferta de serviços móveis

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Executivos discutem oportunidades no mercado móvel no Warm-Up

Os provedores de serviços de Internet (ISPs) precisam entrar o quanto antes no mercado de telefonia móvel se quiserem continuar crescendo, tendo em vista o ritmo mais lento de expansão da banda larga fixa nos últimos anos. É o que avaliam executivos de operadoras móveis virtuais (MVNOs) e operadoras com frequências regionais de 5G que participaram de painel no evento Warm-Up, realizado em São Paulo, nesta segunda-feira, 29.

Rudinei Carlos Gerhart, CEO da Tá Telecom, uma empresa que atua como uma viabilizador de operações móveis a ISPs por meo de modelos de MVNO ou redes privativas, afirmou que, apesar da alta concentração do mercado móvel, há oportunidades para modelos diferenciados de negócios. Ele destacou que, atualmente, os usuários "pagam mais do que precisam por franquias que não utilizam" e que os prestadores de banda larga locais podem se valer do relacionamento que já têm com os clientes para impulsionarem as suas operações móveis.

"É preciso entrar no mercado móvel e entrar logo. Você não vira faixa preta de caratê na primeira luta, você apanha", disse Gerhart, sugerindo que há muita tentativa e erro para se estabelecer no segmento. "Quando mais o provedor postergar a entrada, mais vai apanhar", complementou.

Gerhart também lembrou que a extinta Oi Móvel tinha 17% de participação de mercado quando foi vendida às três concorrentes (Claro, TIM e Vivo), mesmo "não tendo tanto qualidade". Contudo, ressaltou que o provedor que lançar a operação de telefonia celular "não pode apenas empilhar um produto na prateleira, tem que usar da força de venda" para fazer o serviço ganhar escala.

Na avaliação de Alexandre Alves, CEO da TIP Brasil, o sucesso no setor móvel depende de parcerias. Atualmente, a empresa que oferece um modelo de MVNO do tipo white label tem contrato de telefonia celular com mais de 300 provedores.

Alves ainda comentou que, além de trabalhar com a Unifique na implantação do serviço 5G em partes do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, a TIP vai colaborar com a operação da iez! telecom, também entrante da quinta geração móvel, em três estados. "Ninguém tem braço para fazer uma operação móvel sozinho", pontuou.

Modelos diferenciados

Jair Francisco, diretor de Mercado da Unifique, relatou que a empresa bateu a marca de 200 mil acessos móveis na semana passada.

Nas cidades em que a operadora possui serviço de banda larga, a aceitação pelo cliente final tem sido mais rápida. Em outras localidades, para impulsionar a operação, a estratégia tem sido buscar ISPs locais em um modelo de parceria.

"Estamos entregando na mão dos provedores para eles virem com a gente. Entendemos que eles vão ter sucesso onde são donos de market share", disse Francisco.

O executivo também destacou que a operadora ainda está testando estratégias comerciais no segmento móvel, inclusive tendo conseguido acrescentar R$ 5 ao tíquete médio, chegando a R$ 43.

"Não temos como errar. Temos 800 cidades para colocar 5G, mais de R$ 1 bilhão para investimentos, começamos um sistema do zero. Então, precisamos ter essa pré-disposição para fazer isso dar certo", frisou.

Já a Algar, que há três décadas trabalha com telefonia móvel, pôs em prática outro modelo de operação ao assumir os direitos da marca Nomo, em 2024. Totalmente digital, o serviço opera nos estados de Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Até o fim deste ano, deve chegar a Curitiba e Recife.

"Hoje, temos um produto para quem é o cliente da Algar que quer atendimento completo. E também temos a Nomo, para o cliente que quer simplicidade e praticidade", resumiu Marcio Stefan, CRO da Algar.

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