Irmão de Jeffrey Epstein aponta motivo de Trump mudar de ideia sobre divulgação de e-mails comprometedores trump epstein

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Mark Epstein disse, em entrevista nos EUA, que Donald Trump teria mudado sua posição sobre a divulgação dos “Epstein Files” após supostas edições nos documentos. A Câmara norte-americana vota a liberação integral dos arquivos nesta terça-feira (18).

Mark Epstein, irmão do bilionário Jeffrey Epstein, revelou o motivo pelo qual Donald Trump teria mudado de postura em relação à divulgação dos chamados “Epstein Files”. Em entrevista à NewsNation, nesta segunda-feira (17), Mark afirmou que o presidente só passou a apoiar a liberação dos documentos após ter a garantia de que os arquivos estariam sendo editados.

Nos últimos dias, a relação de Trump com Jeffrey Epstein voltou ao centro do debate público após a revelação de novos trechos do material. O compilado reúne provas coletadas pelo governo norte-americano sobre o financista, confirmando sua atuação como líder de uma rede internacional de tráfico sexual, além de processos por estupro, abuso e outros crimes. A ligação entre Epstein e Trump aparece repetidas vezes nos registros, incluindo e-mails divulgados na última semana.

Durante a campanha presidencial, Trump havia prometido tornar pública a lista de clientes do esquema de tráfico e abuso sexual. No entanto, desde o início de seu novo mandato, em fevereiro, apenas documentos sem informações relevantes foram divulgados. O silêncio aumentou a pressão sobre a Casa Branca, e Trump passou a negar a existência de qualquer lista. Ele minimizou a gravidade do caso e chegou a insultar quem o cobrava por transparência.

Donald Trump e Jeffrey Epstein tem uma conexão de longa data, que se estende desde os anos 1990. (Fotos: Getty)

Em maio, o Departamento de Justiça o notificou de que seu nome era citado nos arquivos. Mesmo assim, em julho, o presidente ignorou os apelos do próprio Partido Republicano por mais transparência nas investigações. Sem apresentar provas, Trump afirmou em um post na Truth Social que a polêmica seria uma “armação” política.

Entretanto, no domingo (16), Trump recuou. Diante da possibilidade de que o Congresso aprovasse a liberação total dos documentos, o presidente orientou os republicanos a votarem a favor. No Truth Social, escreveu: “Como eu disse na noite de sexta-feira a bordo do Air Force One à Mídia Fake News, os republicanos da Câmara deveriam votar para liberar os arquivos do caso Epstein, porque não temos nada a esconder, e é hora de seguir em frente desse embuste democrata perpetrado por lunáticos da esquerda radical para desviar do Grande Sucesso do Partido Republicano”.

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Para Mark Epstein, essa repentina mudança é sinal de que os arquivos estão sendo editados antes da publicação, com o objetivo de proteger membros do Partido Republicano. “O motivo pelo qual eles vão divulgar essas coisas, o motivo da guinada, é que eles estão ‘higienizando’ esses arquivos. Há uma instalação em Winchester, Virgínia, onde estão limpando os arquivos para retirar nomes de republicanos”, acusou o irmão do financista. Ele disse ainda que a informação veio de “uma fonte bem confiável”.

Trump e Epstein em uma festa na casa do empresário e futuro presidente dos EUA, em 1992. (Foto: Reprodução/Netflix)

Nesta terça-feira (18), a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou a resolução que determina a divulgação integral dos arquivos de Epstein. Após quase um ano de impasse, a medida avançou com ampla maioria e segue agora para o Senado, que também deve votar a favor. Em seguida, o texto precisará da sanção do presidente Donald Trump — que sofre uma derrota política com a decisão.

A proposta, que obriga o governo a tornar públicos os documentos, foi aprovada por 427 votos a favor e apenas 1 contra, além de 5 abstenções — dois republicanos e três democratas não registraram voto. Ao todo, 216 deputados do Partido Republicano apoiaram a resolução. O único voto contrário veio do republicano Clay Higgins, de Louisiana.

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A movimentação ocorre poucos dias após o Comitê de Supervisão divulgar 23 mil e-mails relacionados ao caso, vários deles citando Trump diretamente. Em uma das mensagens, Epstein indica que Trump estava ciente do esquema de tráfico. Datado de abril de 2011, o e-mail foi enviado a Ghislaine Maxwell, parceira e confidente do bilionário, e traz uma declaração contundente: “Quero que você perceba que o cachorro que não latiu é Trump”, sugerindo que o então empresário teria acobertado as atividades ilícitas. Ele acrescenta que uma vítima “passou horas em minha casa com ele, e nunca foi mencionada uma única vez”. Maxwell foi posteriormente condenada por participar e facilitar o esquema.

Outro e-mail mostra Epstein pedindo conselhos sobre como responder a perguntas envolvendo sua relação com Trump, justamente quando o empresário começava a ganhar destaque político. Uma outra mensagem faz referência a supostas fotos de Trump “fazendo um b*quete no Bubba”.

Embora muitos tenham especulado que “Bubba” seria o ex-presidente Bill Clinton, Mark esclareceu em entrevista ao The Advocate que o apelido se referia a outra pessoa “que não é uma figura pública”.

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