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A crise envolvendo bebidas alcoólicas adulteradas com metanol ganhou novos contornos nesta terça-feira (30), após a confirmação de mais uma morte em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
Um homem de 49 anos foi encontrado morto em casa, elevando para seis o total de óbitos suspeitos no estado de São Paulo. É a quarta vítima registrada apenas na cidade.
Segundo a Vigilância Epidemiológica municipal, desde o início das notificações foram contabilizados 13 possíveis casos de intoxicação, dos quais nove pacientes seguem internados em hospitais públicos e privados.
Todas as mortes registradas até agora no município foram de homens, com idades entre 38 e 58 anos. Os exames do IML (Instituto Médico Legal) vão confirmar se os casos estão, de fato, relacionados ao consumo de bebidas adulteradas.
Avanço da investigação
Além de São Paulo, há relatos de contaminação também em Pernambuco, o que reforça a hipótese de uma rede de distribuição interestadual de bebidas falsificadas. Na terça-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou que solicitou à Polícia Federal a abertura de inquérito.
“No momento, as ocorrências estão concentradas em São Paulo, mas tudo indica que há uma distribuição para além do Estado. Portanto, isso atrai a competência da Polícia Federal”, afirmou Lewandowski. O diretor da PF, Andrei Rodrigues, disse que a apuração será conduzida em conjunto com a Polícia Civil paulista.
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Operações em bares e adegas
Na tentativa de rastrear a origem da substância, a Secretaria Estadual da Saúde e a Secretaria da Segurança Pública, em conjunto com o Centro de Vigilância Sanitária e a Covisa, realizaram fiscalizações em bares e adegas na capital paulista.
Três estabelecimentos — localizados nos Jardins e na Mooca — foram alvo de ações na segunda-feira (29), resultando na apreensão de 117 garrafas sem rótulo ou comprovação de procedência. Dois locais foram autuados por irregularidades sanitárias, e o material apreendido será periciado pelo Instituto de Criminalística.
Em dois meses, o consumo de bebidas adulteradas já levou à intoxicação de pelo menos 17 pessoas em São Paulo, além das mortes em apuração. As autoridades tratam o episódio como uma ameaça grave à saúde pública e estudam medidas adicionais para rastrear tanto os fornecedores quanto os pontos de revenda.